Guterres defende uma nova arquitectura financeira global

O Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, advogou, hoje, dia 22 de Junho, a criação de um novo mecanismo de alívio da dívida externa para os países mais vulneráveis, considerando que o actual sistema financeiro não responde às necessidades reais do mundo actual.
“Uma das etapas concretas para uma nova arquitectura mundial é criar um mecanismo de alívio da dívida, com reembolsos mais prolongados no tempo e juros mais baixos, especialmente no que diz respeito a investimentos feitos para combater o aquecimento global”, declarou Guterres na abertura da Cimeira para o Novo Pacto Financeiro, em Paris, esta manhã.

O secretário-geral da ONU salientou que a actual arquitectura financeira já não serve as populações no século XXI no objectivo de encontrar novas soluções para estimular a economia mundial e combater o aquecimento global através do desenvolvimento sustentável.
“A arquitectura financeira está ultrapassada, disfuncional e injusta. Ela não responde ao mundo do século XXI”, indicou, dando como exemplo os 52 países que estão em incumprimento porque não conseguem pagar a sua dívida externa ou mesmo o facto de muitos países africanos gastarem mais no reembolso da dívida do que em cuidados de saúde.

Para António Guterres, estas são regras imorais para as populações dos países menos desenvolvidos, com o ex-primeiro-ministro português a defender um novo Bretton Woods, referindo-se ao sistema que regulou a seguir à II Guerra Mundial as relações financeiras entre os Estados do Ocidente e levou à criação do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Recorde-se que no evento estão em discussão novos mecanismos de redução da dívida soberana entre Estados, mas também a nível das grandes instituições financeiras como o FMI e o Banco Mundial.

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