Governo de Angola promete mão pesada contra falsos pastores em Cabinda
Na província angolana de Cabinda, há cada vez mais falsos pastores no activo. São pessoas que não possuem formação em teologia, mas que mesmo assim exercem actividade. As autoridades prometem mão pesada contra os impostores.
As denúncias sobre o aparecimento de falsos pastores que celebram casamentos, baptismos e comunhões sem possuírem formação teológica, têm aumentado na província de Cabinda.
De acordo com a Deutsche Welle (DW), a informação foi confirmada pelas autoridades da província de Cabinda. Ernesto Barros André, secretário da Cultura, garantiu que o governo local irá responder com mão pesada. “Vamos chamar as confissões religiosas no sentido de proibir esses que se dizem ministros de Cristo para que deixem de exercer a actividade pastoral”, adiantou à DW Ernesto André, reforçando que é nesse sentido que estão a trabalhar para “poder disciplinar essas pessoas.”
Em Angola, as estimativas apontam para que existam mais de mil denominações religiosas não reconhecidas. Pelo menos 97 têm comissões instaladoras e remeterem os seus processos ao Instituto Nacional de Assuntos Religiosos., mas apenas 23 estão credenciadas e certificadas.
Em Cabinda, o Governo da província tem conhecimento de um total de 713 locais de cultos e um universo de 1606 pastores.
Ernesto Barros André reconhece que muitos estão ilegais e admite que o fenómeno tem-se alastrado. O secretário da Cultura deixa o alerta: “as igrejas que devem abrir portas em Cabinda são as igrejas que foram reconhecidas pelo Ministério da Cultura”, acrescentou.
Nos últimos tempos, têm surgido queixas recorrentes que colocam em causa a segurança dos cultos. Um dos casos mais recentes sucedeu há dias com uma rapariga de 14 anos que terá sido alvo de abuso sexual por parte de um pastor que admitiu o crime em declarações à DW.
Outro ponto de discussão das autoridades em Cabinda prende-se com a falta de protecção social das autoridades religiosas.
De acordo com Isabel Vicente, da Secretaria Provincial da Administração Pública Trabalho e Segurança Social, é fundamental garantir direitos e benefícios.
“As igrejas devem formalizar uma folha de salário, uma vez que há pessoas que auferem um salário de 60 mil kwanzas. Desse montante 5% vai para as autoridades religiosas sem filhos e 7% cento para as entidades que têm dependentes”, explicou.
Isabel Vicente afirmou ainda que maior parte das igrejas na província não se inscreveu, nem paga segurança social aos associados.