Endiama prevê facturar 2,1 mil milhões de dólares em 2025

A Empresa Nacional de Diamantes de Angola (Endiama) prevê, para 2025, uma produção de 14,8 milhões de quilates de diamantes e uma facturação de 2,1 mil milhões de dólares, revelou ontem, quarta-feira, dia 15, o presidente do conselho de administração da empresa, José Ganga Júnior.
O responsável, que falava por ocasião do 44.º aniversário da Empresa Nacional de Diamantes de Angola, estimou, para este ano, o preço de 146 dólares por quilate de diamante, apesar dos problemas do mercado.
Segundo o presidente, a redução significativa de preços arrasta-se há alguns anos, chegando a mais de 60% em alguns casos. “O facto é que (…) temos um stock de diamantes de mais de três milhões de quilates. O mercado, neste momento, não está a absorver diamantes”, frisou.
Em concertação com os principais produtores, nomeadamente as multinacionais De Beers e Alrosa, a diamantífera nacional definiu a necessidade de se “enxugar a produção”.
“Em boa verdade, é o que se está a passar, no sentido de criar mais demanda, mais apetite, para o consumidor. Precisamos de ver como resolver isso. Por outro lado, o país precisa de dinheiro, mas produzir e não render, não sei o que será melhor. Deixar os diamantes na terra até haver alguma recuperação e acompanharmos?”, questionou.
Em 2023, Angola registou uma produção de cerca de oito milhões de quilates e facturou 2,9 mil milhões de dólares e em 2024 atingiu o recorde de produção, com 14 milhões de quilates e uma facturação de apenas 1,4 mil milhões de dólares.
“Estivemos a fazer um cálculo: se fôssemos granjeados com os preços do ano anterior chegaríamos a quase três mil milhões de dólares com a produção que tivemos em 2024”, revelou José Ganga Júnior, acrescentando: “Este é um problema que temos e que precisamos, junto do Governo, equacionar e vermos que caminho iremos seguir”.
Origem dos diamantes é um problema para os compradores
Para 2025, um dos desafios, segundo o presidente da diamantífera pública, é melhorar a organização para antever os desafios do futuro, nomeadamente a implementação de certificados de rastreio da produção, com todas as empresas mineiras onde a Endiama é sócia e as suas subsidiárias.
“Hoje, e cada vez mais, os compradores de diamantes levantam problemas, por causa da origem dos mesmos, se respeitam ou não as regras de sustentabilidade ambiental, se tem ou não trabalho infantil, se [a produção] está devidamente correcta. Este é um trabalho que precisamos de fazer”, realçou.
José Ganga Júnior apontou ainda como desafios os diamantes sintéticos, sublinhando que “as pessoas novas que estão a comprar diamantes já não querem saber se é um diamante natural que vem das minas ou se está num laboratório, onde, em cinco minutos, uma máquina barata o faz “.