África deve criar oportunidades, refere presidente do BAD

O presidente do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), Akinwumi Adesina, afirmou, de forma contundente, citado pelo online ‘Further Africa’, que o continente não está à espera de oportunidades, mas sim a criá-las. Durante a Cimeira Mundial dos Governos, no Dubai, Adesina sublinhou que “África é demasiado importante para a economia global para não ser considerada e não vai mendigar o seu caminho para o desenvolvimento. O continente deve negociar e investir para se desenvolver.”

Com estas palavras, Adesina reafirma a mudança de abordagem sobre o continente que já não é visto apenas como uma região dependente de ajuda externa, mas como um actor central no comércio e nos investimentos globais. O continente, rico em recursos naturais, com uma população jovem em crescimento e mercados em expansão, está a assumir um papel importante na economia mundial.

A transformação económica de África é impulsionada por várias iniciativas, entre elas a Zona de Comércio Livre Continental Africana (ZCLCA), que é a maior zona de comércio livre do mundo, abrangendo 1,4 mil milhões de pessoas. Esta iniciativa oferece grandes oportunidades para o crescimento empresarial e para a industrialização em todo o continente. De acordo com Adesina, “a ZCLCA está a abrir novas portas para o comércio, criando um mercado mais integrado e competitivo.”

Sectores como a agricultura, energias renováveis, tecnologia e indústria estão a atrair cada vez mais financiamentos. O Investimento Directo Estrangeiro (IDE) tem aumentado, e empresas africanas estão a expandir-se além das suas fronteiras através de parcerias e inovações digitais, o que tem fortalecido a influência de África no cenário global. Como o presidente do BAD afirmou, “a inovação e as parcerias estratégicas estão a dar ao continente uma presença crescente no comércio e nos negócios internacionais.”

África motor de crescimento global

Segundo Adesina, África também está a atrair investidores devido ao crescimento da classe média, à urbanização acelerada e à transformação digital. Iniciativas inovadoras, como fintechs e grandes projectos de infra-estrutura, estão a destacar o potencial de África para gerar altos retornos financeiros e crescimento sustentável. “África não é mais apenas um mercado consumidor, mas um motor de crescimento global”, sublinhou.

Embora o apoio de instituições multilaterais como o BAD continue a ser importante, o sector privado tem um papel essencial no desenvolvimento sustentável de África. O continente está a focar-se em modelos de investimento sustentável, no apoio ao empreendedorismo e na cooperação regional. “É a parceria entre o sector público e privado que garantirá o sucesso a longo prazo de África”, destacou o presidente do BAD.

Além disso, o continente africano está a trabalhar para agregar mais valor localmente, especialmente em áreas como as da mineração, da agricultura e da tecnologia, o que ajudará a reter mais riqueza nas economias africanas e a reduzir a dependência dos mercados internacionais. Adesina concluiu: “A industrialização é fundamental para o futuro de África. Estamos a caminho de construir um continente mais forte, mais auto-suficiente e mais próspero.”

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