Mundo lusófono comovido com desaparecimento de Sara Tavares

Desde, domingo, dia 19, que não param de se fazer sentir, sobretudo nas redes sociais, reacções à morte da artista portuguesa de ascendência cabo-verdiana, Sara Tavares, falecida no dia 19, vítima de um tumor cerebral.

“Não tenho palavras”, confessou a portuguesa Catarina Furtado nas redes sociais, numa mensagem partilhada pouco antes de surgir em directo na televisão para apresentar mais um episódio do “The Voice Portugal”. “As lágrimas que me correm são de um amor eterno”, explicou. As lágrimas acabariam também por surgir em directo, antes de uma arrepiante homenagem dos jurados do programa. Furtado terminou a mensagem com um conselho. “Ouçam-na. A sua música. As suas palavras. A sua doçura. Guardem o seu mistério.”

O Presidente da República portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, divulgou uma nota na página oficial da Presidência elogiando a “vocação, dedicação e determinação” da cantora, sem esquecer a sua ascendência cabo-verdiana e proximidade com a música africana. “Manteve sempre forte ligação aos seus pares, em diversas colaborações e homenagens, e grande proximidade à música e aos músicos africanos”.

Também o primeiro-ministro António Costa lamentou “com profunda tristeza” a morte de Sara Tavares. Repto seguido pelo ministro da Cultura Pedro Adão e Silva, que recordou a “força da sua voz” e capacidade “notável” para criar canções.

Ainda no plano político, também de Cabo Verde chegaram as condolências. “”Continuarás connosco, Sara, dizendo coisas bonitas! A tua luz alumiar-nos-á o caminho que ainda nos cabe, nesta terra que transitoriamente nos acolhe”, escreveu nas redes sociais José Maria Neves, presidente cabo-verdiano.

Naturalmente, foi entre os pares, cantores, compositores, também os artistas de outras áreas da cultura, que se multiplicaram as mensagens emocionadas. O escritor angolano José Eduardo Agualusa partilhou nas redes sociais uma fotografia intimista de uma performance da cantora. “Há notícias que nos tiram toda a música”, escreveu. “Nesta imagem, a Sara na minha cozinha, em Lisboa, cantando com o Toty Sa’Med. Adeus, Sara. Estamos juntos.”

As homenagens a Sara Tavares foram expressas por cantores angolanos nas suas contas das redes sociais, entre os quais Paulo Flores, Yola Semedo, Yuri da Cunha, Alselmo Ralph, C4 Pedro, Ary, Pérola, Eva Rap Diva, mas também outras pessoas ligadas à cultura, como o humorista Gilmário Vemba. Paulo Flores, que gravou e actuou várias vezes com Sara Tavares, escreveu que a música da cantora “reflete delicadeza e doçura”. “É um ponto de luz que parte muito cedo”, lamenta.

Em Angola, Sara Tavares realizou uma série de espetáculos, constando da sua lista de temas musicais duetos com músicos angolanos como Paulo Flores, Toty Sa’Med.

O músico português Carlão recorreu também às redes sociais para expressar o seu lamento. “Que dor, mana. Rainha. Descansa agora”, disse. “Só Deus sabe o quanto ela me inspirou”, acrescentou também Jimmy P, que recorda uma viagem por Benguela ao som da sua voz. “Algumas das minhas memórias mais bonitas estão inevitavelmente associadas à obra dela. O nome maior da nossa geração. Obrigado por tudo.”

Outros houve que preferiram traduzir em música a mágoa. Foi o caso de João Pedro Pais, que tal como os jurados do “The Voice Portugal”, escolheu “Chamar a Música” como mote para uma homenagem tocada ao piano. “Sara Tavares, integridade, espiritualidade, musicalidade e bondade”, concluiu.

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