Estradas entre Angola, Namíbia e Zâmbia vão ser reabilitadas

O ministro de Estado e chefe da Casa Militar do Presidente da República anunciou, ontem, o início ainda este ano das obras de reabilitação dos troços rodoviários Cuito Cuanavale/Mavinga/Rivungo e Caiundo/Cuangar, num percurso de cerca de 600 quilómetros para facilitar a ligação por estrada entre Angola e as Repúblicas da Namíbia e da Zâmbia.

Francisco Furtado, que falava durante o acto central do 35º aniversário da Batalha do Cuito Cuanavale e 5º aniversário do Dia da Libertação da África Austral, acrescentou que, para além da reabilitação destes troços rodoviários das Estradas Nacionais 280, 170 e 140, serão realizadas importantes obras de infra-estruturas aduaneiras e comerciais nas localidades fronteiriças de Angola com as Repúblicas da Namíbia e da Zâmbia.

Destacou que estas obras vão facilitar a circulação de pessoas e bens entre os municípios da parte Sudeste e Leste da província do Cuando Cubango, assim como haverá um incremento significativo nas trocas comerciais entre Angola, Namíbia e Zâmbia.

Francisco Furtado anunciou, também, para este ano, o início das obras de construção da segunda fase do Memorial da Batalha do Cuito Cuanavale e de requalificação do município, com destaque para o bairro Samaria e da célebre região do Triângulo do Tumpo, palcos dos últimos e fortes combates da epopeia que acabou a invencibilidade das tropas do regime do Apartheid da África do Sul.

Realçou que o Cuando Cubango é a província do país mais afectada pelas acções das minas, porque foi nesta região que estiveram envolvidos durante a guerra e no decurso da Batalha do Cuito Cuanavale três exércitos convencionais, nomeadamente, as FAPLA, SAF da África do Sul, e as FAR de Cuba, bem como duas grandes composições de forças guerrilheiras das FALA (UNITA) e do PLAN da SWAPO (Namíbia).

O governante disse que, por este facto, o Executivo angolano continua a envidar esforços nas missões de desminagem, sobretudo, nos traçados das vias rodoviárias e nos campos de cultivo, para permitir a reabilitação de estradas, reassentamento das populações, desenvolvimento de projectos agropecuários e a agricultura familiar em várias localidades da província.

“Precisamos prosseguir com o trabalho de melhoria das condições de vida da população, para que possamos honrar e homenagear permanentemente os combatentes que não claudicaram diante da intenção do regime do Apartheid de se perpetuar na nossa região”, assegurou.

O ministro de Estado e chefe da Casa Militar do Presidente da República disse que desde o fim da Batalha do Cuito Cuanavale, no Cuando Cubango, foram erguidas infra-estruturas de importante valor histórico e cultural que colocam a localidade e toda a região Sudeste e Sul de Angola no patamar de verdadeiros pólos de atracção e desenvolvimento turísticos, bem como na rota do turismo internacional.

Sublinhou que passados 35 anos da memorável Batalha do Cuito Cuanavale, que eternizou uma geração de inquestionáveis heróis da pátria, cujo desempenho destes bravos combatentes angolanos inspirou a persecução da luta para a conquista da paz definitiva, abriu uma nova página para o progresso e desenvolvimento do país.

Na sua visão, a província do Cuando Cubango, à semelhança da martirizada do Cunene que também mais de dois terços do território esteve ocupado militarmente pelas forças do regime do Apartheid entre 1981 e 1987, é digna merecedora de muitas homenagens.

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