Vacinação contra a pólio ultrapassa as expectativas
Mais de 1,5 milhões de crianças foram vacinadas contra a poliomielite em várias localidades de Luanda, disse, terça-feira, a coordenadora provincial do Programa Alargado de Vacinação (PAV), acrescentando que a campanha superou as expectativas.
Segundo Felismina Neto, a campanha, que deveria decorrer entre 13 e 16 do corrente mês, foi prorrogada por mais seis dias, tendo sido administrada vitamina A 1,3 milhões de crianças.
“Não obstante Angola estar livre da poliomielite, a campanha visou reforçar a imunidade das crianças menores de cinco anos, tendo em conta a situação epidemiológica na RDC, país vizinho, que está a registar o surgimento do pólio vírus e outras variantes da doença”, disse a coordenadora provincial do PAV.
Felismina Neto esclareceu que a campanha de vacinação foi prorrogada pelo facto de se ter registado muita procura. “Trabalhamos com estimativas da população e o grande objectivo é não deixar nenhuma criança sem vacinação, pois percebemos que havia crianças que, na primeira fase, não receberam a vacinação contra a poliomielite nem a Vitamina A”.
A responsável provincial do PAV explicou que, na primeira fase, alguns pais e encarregados de educação, sem explicações, evitavam que as crianças fossem vacinadas, mas este problema foi ultrapassado.
“As equipas foram explicando, de forma clara e simples, a importância da vacinação contra a pólio e da administração da vitamina A”, sublinhou.
Informou que foram adicionadas mais equipas, para atingir as áreas não cobertas na primeira fase da campanha de vacinação. “Com a ajuda de viaturas das Forças Armadas Angolanas foi possível chegar às zonas mais recônditas”.
Felismina Neto agradeceu, também, o apoio de igrejas, autoridades tradicionais, coordenadores de zonas residenciais, docentes, das administrações municipais, bem como dos activistas que estiveram envolvidos na campanha, entre mobilizadores, registadores, vacinadores, profissionais do sector da Saúde e voluntários afectos às organizações da sociedade civil.
O passo seguinte, destacou, é continuar a sensibilizar as comunidades sobre as melhores formas de higienização das zonas habitacionais, visando a melhoria do saneamento básico e da saúde.
Formas de contaminação
A poliomielite, também chamada de pólio ou paralisia infantil, é uma doença contagiosa aguda causada por um vírus que se aloja no intestino, chamado poliovírus, que pode afectar crianças e adultos por meio do contacto directo com fezes ou com secreções eliminadas pela boca das pessoas infectadas e provocar ou não paralisia. Nos casos graves, em que acontecem as paralisias musculares, os membros inferiores são os mais atingidos. A vacinação é a única forma de prevenção da poliomielite. Todas as crianças menores de cinco anos devem ser vacinadas conforme o esquema de vacinação de rotina e também na campanha nacional anual.
Tecnicamente, referiu Felismina Neto, a vacina da poliomielite é um suplemento bastante importante, por garantir maior protecção da criança contra a doença.