O tudo ou nada para chegar à final

A primeira, com início marcado para as 18 horas de Luanda, no Estádio da Paz, em Bouaké, coloca frente a frente a Nigéria, treinada pelo português José Peseiro, e a África do Sul, de Hugo Broos, que eliminou, surpreendentemente, Marrocos e Cabo-Verde para chegar a esta fase da competição.

Para o adversário, uma das surpresas da competição, o português, em conferência de imprensa de antevisão ao jogo, só tem elogios. “Queremos vencer a África do Sul para chegar à final. Para isso temos de disputar um jogo de alto nível contra uma selecção sul-africana que eliminou Marrocos, que fez um Campeonato do Mundo fantástico. Vamos jogar a 100% ou mais para vencer uma equipa muito boa”, referiu José Peseiro, que também deixa elogios às Super Águias. “Estamos a fazer um bom trabalho. Vejo organização e empenho, jogamos juntos como uma equipa”, acabando por confessar que o objectivo é ser campeão africano.

Do outro lado, Hugo Broos, seleccionador dos Bafana Bafana, afirmou que, ainda que com presença inesperada, a sua equipa está confiante: “Estamos muito felizes e motivados por jogarmos amanhã [hoje] a meia-final do CAN. Para muitas pessoas a nossa presença é inesperada, mas garantimos que a África do Sul se tornasse uma boa selecção. Há mais de 20 anos que a África do Sul não estava nas meias-finais. Estamos com uma motivação extra por isso.”

Acerca do favoritismo nigeriano, Broos foi claro: “Para muitos, a Nigéria é a favorita, mas nem sempre isso é determinante no futebol. Estamos confiantes e motivados para tentar garantir que a África do Sul jogue a final pela primeira vez em 20 anos”, disse o treinador belga que, aos 71 anos, não pensa na reforma: “Porque é que havia de pensar nisso? O nosso trabalho ainda não acabou.”

No outro jogo das meias-finais, a jogar em casa, a Costa do Marfim, que começou muito mal a competição, sofrendo para passar aos oitavos de final – parece ter sete vidas – irá defrontar a poderosa República Democrática do Congo. O jogo terá início às 21h00 de Luanda, e o palco será o estádio Olímpico, em Abidjan.

Emerse Faé, técnico interino dos elefantes, afirmou, em conferência de imprensa de antevisão do jogo, ter a noção do crescimento extraordinário da equipa durante a competição. “Sabemos que tivemos uma recuperação espectacular. A forma como sobrevivemos com o Mali parece ter sido milagrosa”, disse. Ainda assim, Faé destaca a crença da sua equipa: “Vamos buscar forças dessa reviravolta milagrosa e dizemos a nós próprios que a mentalidade está lá, mas não vamos relaxar e dizer que ganhar é o nosso destino.”