Expectativas dos investidores fazem BNA manter as principais taxas de referência
A recente reunião do Comité de Política Monetária do Banco Nacional de Angola (CPM/BNA) tomou importantes decisões sobre a estabilidade da moeda e dos principais indicadores.
Contudo, os especialistas em mercados financeiros citados pelo Jornal de Angola são quase unânimes em admitir que foram assumidas medidas corajosas, porém pouco ousadas, tendo em linha de conta a crescente inflação (preço da moeda).
De acordo com o economista Daniel Tendo, o actual ambiente económico não exige, de certo modo, uma posição diferente da actual, por parte do BNA, pois muitas delas são resultantes das distorções e falhas do mercado interno, bem como da dependência, até certo ponto, do mercado internacional, pois, a ponderação e cautela devem ser palavras de ordem.
“É de realçar ainda que estas medidas são tomadas em função da conjuntura internacional, bem como a nacional, depois de analisados todos os indicadores macroeconómicos”, disse.
Já o professor Vladimir Carlos entende que aumentar as reservas obrigatórias em moeda nacional para 20 por cento significa criar condições de liquidez e diminuir a necessidade de fundos face aos recursos necessários. Para o académico, isso faz com que haja maior regulação e maior eficiência.
Por sua vez, o economista e docente universitário Wilson Chimoco valoriza as decisões assumidas, admitindo que poderiam ser mais ousadas, sobretudo para se começar a baixar a inflação.
Lembrar que nas reuniões dos dias 18 e 19, o Comité de Política Monetária do Banco Nacional de Angola deliberou manter a Taxa BNA em 18 % (dezoito por cento); manter a taxa de juro da Facilidade Permanente de Cedência de Liquidez em 18,5% (dezoito vírgula cinco por cento); manter a taxa de juro da Facilidade Permanente de Absorção de Liquidez em 17,5% (dezassete vírgula cinco por cento) e aumentar o coeficiente das reservas obrigatórias em moeda nacional para 20% (vinte por cento).