Chefe de Estado destaca papel do BNA na estabilização da economia angolana
O Presidente da República, João Lourenço, reconheceu o papel do Banco Nacional de Angola (BNA) na estabilização da economia do país, salientando que nos últimos anos a instituição financeira tem cumprido o seu papel e obrigações conferidas pela Constituição.
“A julgar pelo que temos vindo a observar nos últimos anos, o Banco Central tem cumprido bem esse papel”, afirmou o Chefe de Estado, na cerimónia de tomada de posse do governador do Banco Nacional de Angola, José de Lima Massano, que foi reconduzido para mais um mandato de cinco anos à frente do BNA.
Estiveram presentes no acto, que decorreu na sala protocolar do Palácio Presidencial, à Cidade Alta, a Vice-Presidente da República, Esperança da Costa, os ministros de Estado, membros do Executivo, e demais individualidades convidadas.
No decurso da intervenção, o Chefe de Estado referiu que a recondução do governador do BNA decorreu do facto de terem sido cumpridas as formalidades da Lei, nomeadamente, da audição parlamentar, que passou com a aprovação. Lembrou, contudo, que o desempenho da economia depende muito da forma como o Banco Central cumpre com as obrigações conferidas pela Lei.
“Cumpridas as formalidades que a Lei nos obriga, da audição parlamentar, que passou com aprovação, decidimos reconduzi-lo para mais um mandato, na certeza de que, tanto como no passado recente, daqui para a frente continuará com o seu trabalho, empenho e saber para o sucesso das políticas económicas que o Executivo tem vindo a desenvolver”, declarou o Presidente da República, que no final da cerimónia ergueu a taça de champanhe, direccionou os olhos ao empossado e disse: “Só tenho a desejar-lhe muito sucesso, o país conta consigo”.
Expectativas do governador
Em declarações à imprensa, no final da cerimónia, o governador do BNA afirmou que o presente mês (Dezembro) reserva um quadro de maior estabilidade do kwanza, após nos últimos meses ter-se observado alguma oscilação da moeda nacional.
“O que temos neste mês de Dezembro é um quadro de estabilidade. A moeda nacional está outra vez estável”, indicou José de Lima Massano, salientando que já existem, novamente, episódios de apreciação do kwanza, que desde o início deste ano até à presente data, em relação ao dólar norte-americano apreciou em cerca de 10 por cento.
O governador do BNA considerou, por isso, “relevante” o comportamento da moeda angolana, ao longo do presente exercício económico, perante o dólar dos EUA e o euro, mas admitiu que Angola não está imune às ameaças que a economia mundial vem sofrendo devido, sobretudo, à guerra na Ucrânia, bem como ao contexto externo de “grande pressão” ao nível dos preços.
José de Lima Massano indicou que no terceiro trimestre deste ano o país registou uma “queda bastante acentuada” nas exportações, na ordem de cerca de 16,5 por cento, que afectou a capacidade de oferta de recursos cambiais à economia, com impacto, sobretudo, em Outubro e Novembro últimos.
Sublinhou que o actual mecanismo de que o país dispõe para determinar a taxa de câmbio funciona em melhores condições, possibilitando o bom funcionamento do mercado. “As empresas não tiveram necessidade de fazer transacções fora do circuito financeiro, assim como os cidadãos de recorrer ao mercado informal para ter acesso a divisas. O mercado funcionou bem porque o preço acabou por fazer esse papel”, afirmou.
Referiu que os conflitos, particularmente, no Leste europeu vieram afectar as cadeias logísticas e encarecer os produtos importados. Lembrou o facto de Angola ter ainda uma forte dependência de diversos bens provenientes do exterior.
“Temos estado a fazer um trabalho no sentido de conferirmos maior resiliência à nossa economia”, disse o governante, acrescentando que a queda da inflação que se assiste nos últimos meses revela a eficácia do trabalho que tem sido desenvolvido pelas autoridades angolanas, incluindo pelo BNA, em prol do fortalecimento da economia e resolução dos principais anseios dos cidadãos.
Reconheceu que o país tem ainda um caminho a percorrer, no quadro da segurança alimentar e ao nível da estabilidade de preços. “Continuamos a fazer o nosso trabalho para a produção de bens essenciais com qualidade e com isso ajudarmos na estabilidade dos preços e melhorar, de forma global, o ambiente de negócios do país”, declarou.
Reservas financeiras internacionais
O governador do BNA revelou que as reservas internacionais financeiras do país rondam os 13,5 mil milhões de dólares, cobrindo cerca de 7 meses de importações. Salientou que os números não variam muito, tudo porque o exercício tem sido voltado para a preservação das mesmas.
“No passado, tínhamos maior volatilidade, porque as reservas serviam para intervenção regular no mercado”, referiu José de Lima Massano, salientando que as mesmas (reservas internacionais financeiras) são, actualmente, mantidas, sobretudo, com sentido de “protecção da solvabilidade externa”, e capacidade para honrar os compromissos com o exterior. Sublinhou que o país dispõe de reservas para qualquer eventualidade.