Cabo-Verde pretende reforçar cooperação com NATO

Cabo Verde pretende reforçar a cooperação estabelecendo uma parceria especial com a NATO. A intenção foi manifestada pela ministra da Defesa, Janine Lélis, no encontro que manteve recentemente, em Bruxelas, com o secretário-geral adjunto daquela organização.

Lélis considera que a aproximação não belisca em nada as relações que o país mantém com outras organizações e países. “Faz sentido o estreitamento da cooperação com a NATO, tendo em conta a necessidade de promover a modernização das nossas Forças Armadas”, disse a responsável pela pasta da Defesa das ilhas crioulas.

Embora não tenha avançado uma posição concreta do seu partido sobre essa matéria, o presidente do PAICV, Rui Semedo, considera que pela importância e complexidade sobretudo na actual conjuntura internacional, a questão deveria ter sido debatida.

“Acho que exige pelo menos um debate para se conhecer a posição dos sujeitos políticos com assento parlamentar (…) mas este seria claramente um diálogo de abrangência nacional para que qualquer que seja o passo a ser dado, fosse de entendimento geral do país”, afirmou Semedo, citado pela Voz da América (VOA).

Semedo lembrou que por ocasião da realização dos exercícios da NATO, no arquipélago, houve encontros e a matéria foi alvo da aprovação de um documento enquadrador no Parlamento que permitisse a sua viabilização.

Sobre a questão, a ministra da Defesa disse que não se tratava de algo novo tendo em conta que as relações com a NATO não são de agora, havendo na sua óptica um certo alinhamento entre as principais forças políticas.

Por outro lado, a governante não vê problemas nas relações com outros parceiros, nomeadamente a China, que conforme ela também tem apoiado as Forças Armadas do arquipélago.

Na mesma linha, o analista e antigo Conselheiro da Segurança Nacional, Brigadeiro Antero Matos, afirma que a aproximação à NATO não constitui novidade. Na sua opinião, essa relação não deve beliscar as relações com outros parceiros.

“O importante é a manutenção da nossa autonomia estratégica. Ambos partidos do arco da governação tem procurado essa aproximação com a Aliança Atlântica”, diz Matos.

Também o ex -Chefe de Estado Maior das Forças Armadas, Brigadeiro Carlos Pereira, instado a pronunciar-se sobre o assunto disse que a partir do momento que o Executivo definiu os Estados Unidos da América como principal parceiro em matéria da defesa e segurança, o reforço das relações com a Nato era um processo natural.

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