Novo aeroporto de Luanda será um grande polo de desenvolvimento
Faltam quatro meses para a abertura do novo aeroporto internacional de Luanda Dr. Agostinho Neto. 13 de Outubro é a data marcada no calendário. Paulo Nóbrega, coordenador do Gabinete Operacional do novo Aeroporto Internacional de Luanda (GONAIL), garantiu, ao suplemento da 2ª edição do Doing Business, uma parceria entre a revista ‘Forbes África’ e a publicação portuguesa ‘Jornal Económico’, que tudo estará a postos, apesar dos 200 camiões que irão transportar previamente o material do ‘4 de Fevereiro’ para o novo.
Paulo Nóbrega, promete no Aeroporto Dr. Agostinho Neto “um serviço cinco estrelas”. O nova infraestrutura terá um volume de tráfego cinco vezes superior aos do ‘4 de Fevereiro’, que continuará a operar para voos especiais, fretados e de carga, além de servir como alternativa em caso de eventuais constrangimentos no novo aeroporto.
O projecto do aeroporto Dr. Agostinho Neto envolve um total de 27 taxiways, com uma extensão de 28.981 metros. As plataformas de estacionamento (aprons) destinadas ao parqueamento de aviões em posição remota somam 13 aprons, com uma área total de 522.281 metros quadrados.
Durante a construção do aeroporto, foram criados dois mil postos de trabalho. Na fase de operação serão mantidos 1200 empregos directos e 260 técnicos especializados na operação de equipamentos específicos.
O novo aeroporto promete revolucionar o tráfego aéreo em Angola, oferecendo infraestruturas modernas e acessos facilitados para passageiros e cargas, contribuindo significativamente para o desenvolvimento económico da região.
Na sua intervenção, Paulo Nóbrega sublinhou que o impacto do aeroporto será tremendo, com as repercussões a fazerem-se sentir em todos os sectores, incluindo o primário: “Terá impacto na agricultura, pesca, marisco. Tudo o que for produzido pode ser exportado para mais mercados. Temos de juntar à volta do aeroporto tudo o que se faz bem em Angola”, adiantou.
As acessibilidades, quer rodoviárias quer ferroviárias, estão a ser finalizadas. “Demorar uma hora ou uma hora e meia a chegar a um aeroporto num qualquer local do globo é algo normal”, afirmou Nóbrega, desvalorizando a meia centena de quilómetros de distância de Luanda.
“O Estado angolano investiu no aeroporto não para ser ressarcido, mas para dinamizar a economia angolana”, enfatizou.
O responsável lembrou ainda que o novo aeroporto “estará a ser utilizado, dentro de 10 anos, por 15 milhões de passageiros, num cenário conservador.” Por isso, “abre-se um vasto leque de oportunidades para se investir em hotéis, edifícios de escritórios e restaurantes. Teremos ali 15 milhões de pessoas a passar todos os anos, com as necessidades inerentes a esse movimento.”
TAAG irá redimensionar-se para a nova demanda
Por seu turno Miguel Carneiro, administrador não-executivo da TAAG, é da opinião que o novo aeroporto de Luanda terá um efeito transformador não apenas para o país, mas também a região.
A expectativa da companhia aérea de bandeira nacional é duplicar de 1,7 milhões para 3,2 milhões de passageiros com o novo aeroporto. Há ainda planos para renovar a frota com a aquisição de “aviões de última geração numa lógica de inter-conectividade com toda a região.” “Teremos Airbus para fazer ligações regionais, abrir novas rotas e evitar que alguém que tenha de ir para Abidjan [Costa do Marfim] tenha de fazer escala em Paris, por exemplo.”
A TAAG quer tirar proveito do contexto regional, e da placa giratória que Luanda pode representar. Numa lógica transfronteiriça, Angola pode abranger 450 milhões de habitantes e alargando o raio a três horas de ligação aérea tem-se mil milhões de pessoas.
“A partir de Angola temos acesso aos mercados vizinhos e nesta plataforma chamada Angola podemos domiciliar empresas e negócios”, afirmou Carneiro. E acrescentou: “A lógica do mercado angolano não é um mercado de destino, mas uma plataforma de entrada para o mercado africano.”