Rei do Bailundo Ekuikui VI anuncia criação da Universidade da Oralidade
O Rei do Bailundo garantiu que está engajado na concretização da construção da Universidade da Oralidade. O anuncio foi feito aos jornalistas à margem do encontro de cortesia com o governador provincial de Benguela, Luís Nunes, no quadro da sua visita às terras das Acácias Rubras, onde participa numa conferência organizada por uma universidade privada local.
O soberano acredita que a academia é o caminho certo para unir o país de Cabinda ao Cunene e do mar ao Leste, em cumprimento da profecia dos ancestrais, que foi o de preservar a história dos povos que hoje formam o país independente e soberano que se chama Angola. Ekuikui VI não deixou de citar, também, o primeiro Presidente da Angola independente, Dr. António Agostinho Neto, quando escreveu num dos seus famosos poemas que “À frescura da mulemba, às nossas tradições, aos ritmos e às fogueiras havemos de voltar”.
Segundo o Jornal de Angola, o Sobre a estrutura da universidade e que elementos trará de facto para que tal intento seja uma realidade, o Rei do Bailundo garantiu que se está a trabalhar no pacote completo para a execução do projecto.
“Já temos todas as condições criadas e acreditamos que a breve trecho vamos informar à nação angolana os pormenores da sua efectivação”, disse, assegurando que está a ser ensaiado um Conselho de Sábios, a partir de psicólogos, antropólogos, historiadores e outros saberes, no intuito de trazer de volta a “nossa identidade cultural”, a partir de uma Universidade da Oralidade Tradicional.
De acordo com o Rei do Bailundo, a cultura é vida, é união, é o que torna perene a história dos povos. A cultura, referiu, é o ponto de partida e de chegada para o desenvolvimento do país, por isso se deslocou a Benguela para atender ao convite do Instituto Superior Politécnico Maravilha, para dar o seu contributo em relação ao que entende como a cultura angolana.
O Rei do Bailundo assegurou que a cultura está engajada em quatro pilares, que começa com o resgate, a preservação, a valorização e a divulgação da identidade cultural. “Precisamos trazer de volta as nossas tradições, hábitos e costumes”, defendeu, salientando que a juventude, como o pão para a boca, precisa de saber, de facto, “o que os ancestrais faziam para unir o povo angolano”.
Falando sobre o resgate dos valores morais e cívicos, o Rei do Bailundo disse que o que mais lhe preocupa é, sobretudo, a questão das línguas maternas, que hoje são muito pouco faladas, mas que carregam todo um manancial de valores filosóficos relacionados com o passado, o presente e até com o futuro.
Sublinhou que um povo sem passado, dificilmente constrói bem o presente para projectar o futuro de forma sábia.