Angola prevê entrada de 200 mil turistas este ano

Angola recebe 200 mil turistas este ano, mais 35% que em 2022, com benefícios de 20 pontos turísticos de 18 províncias do país em que a actividade dá sinais de florescimento, de acordo com projecções apresentadas pelo director-geral do INFORTUR no domingo, na localidade de Massangano, Cuanza-Norte.

Afonso Victor falava à imprensa durante uma deslocação da família Tucker, de norte-americanos descendentes de escravos enviados de Angola, em trágicas viagens que, muitas vezes, tinham Massangano como ponto de partida.

De acordo com o director-geral do Instituto de Fomento Turístico de Angola (INFORTUR), 20 pontos do país reúnem condições para atrair turistas, ao que se junta a história, gastronomia, música, dança e outras expressões culturais, bem como os hábitos e costumes.

As projecções da chegada de turistas representam um crescimento assinalável face ao número de turistas registados pelo INFORTUR no ano passado, quando foram assinaladas 129 mil chegadas, ao mesmo tempo que se verificava uma recuperação do período de restrições adoptadas em todo o mundo para conter a propagação da Covid-19.

Desde o ano passado, a tendência aponta para o crescimento, com a previsão da chegada de navios cruzeiro e de viagens do comboio de luxo do operador turístico sul-africano Rovos Rail, que podem multiplicar-se no período 2024-2025, segundo o director-geral do INFORTUR.

Afonso Victor acrescentou que as previsões para o ano em curso representam, ainda, uma fracção da chegada de turistas verificada até 2019, um ano em que indicam ter o país recebido 217 mil turistas.

As chegadas devem ser favorecidas pela retirada de vistos para turistas dos países mais ricos, G20, e com a abertura do Aeroporto Internacional Dr. António Agostinho Neto, de tal forma, que fica viabilizado o potencial para cobrir a oferta disponível nessa infra-estrutura, do tráfego de 15 milhões de passageiros por ano, afirmou Afonso Victor.

“Como sabemos estamos a tentar descobrir o nosso país agora, temos um grande trabalho pela frente e é preciso saber que o turismo é uma actividade multissectorial e pluridisciplinar, onde cada um tem a sua função para tornar o país um dos melhores destinos turísticos do continente africano”, disse.

Pontos fortes

O director-geral apontou o Miradouro da Lua, em Luanda, Quedas de Calandula, Pedras de Pungo Andongo, Palanca Negra Gigante e Rápidos do Kwanza (Malanje), colinas de Curoca e deserto do Namibe, Baía Azul (Benguela), floresta do Maiombe (Cabinda), Fenda de Tundavala (Huíla), ruínas de Massangano (Cuanza-Norte) e a cidade histórica de Mbanza Kongo (Zaire) como os pontos históricos que mais atraem em Angola.

O responsável considerou que se deve investir fortemente no turismo em Angola, a exemplo do Dubai e África do Sul que investiram na área turística e projectam o turismo como meio de criação de emprego.

A história como atracção turística foi evidenciada durante a deslocação da família Tucker a Massangano, onde foi recebida com comoção caracterizada, por pranto e lágrimas, quando foram dadas explicações sobre a partida de escravos, com o director da Câmara de Comércio dos Estados Unidos em Angola, Neil Breshin Junior a afirmar que há uns 30 milhões de norte-americanos com antepassados oriundos de Angola.

Segundo Neil Breshion Junior, o facto de a família Tucker visitar Massangano, é sinónimo de reflexão por parte de muitos outros povos americanos sobre o que terá acontecido naquele local há cerca de 400 anos.

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