Amplo programa de cooperação com EUA começa a ser implementado em Janeiro

O amplo programa de cooperação entre Angola e os Estados Unidos da América começa a ser implementado em Janeiro do próximo ano, anunciou, quarta-feira, em Luanda, o ministro de Estado e chefe da Casa Militar do Presidente da República, Francisco Furtado.

O ministro de Estado, que declarou o facto no final de um encontro com o secretário da Defesa norte-americano, Lloyd Austin, que decorreu no Ministério da Defesa Nacional, depois deste ser recebido pelo Presidente da República, João Lourenço, no Palácio Presidencial, destacou a implementação de acordos no domínio da Formação de Quadros, da Segurança Espacial e Cibernética, do reequipamento e modernização das Forças Armadas Angolanas, bem como na capacitação de engenheiros militares.

Francisco Furtado indicou que estes acordos vão permitir, entre outras acções, o cumprimento das missões não só em prol da defesa nacional, mas também da reconstrução do país em outros domínios.

“Agora, vamos dar passos significativos com o trabalho das equipas técnicas na preparação dos acordos bilaterais que serão submetidos ao Conselho de Ministros nas próximas sessões, para que em Janeiro se possam assinar já os primeiros acordos para a implementação do programa de cooperação em vários domínios”, garantiu.

O ministro de Estado e chefe da Casa Militar do Presidente da República disse que o secretário da Defesa norte-americano apresentou, durante o encontro com João Lourenço, as linhas de força da sua deslocação a Angola e o quadro do acordo de cooperação que começou em 2017.

Já do encontro no Ministério da Defesa Nacional, Francisco Furtado salientou que o mesmo permitiu passar em revista todos os aspectos ligados à cooperação no domínio da Defesa e os avanços da colaboração entre os Estados Unidos da América e Angola, particularmente no domínio da Defesa. O ministro de Estado desmentiu, por outro lado, as informações segundo as quais os Estados Unidos da América pretendem criar uma base militar em Angola.

Francisco Furtado esclareceu que a Constituição não permite a instalação de bases estrangeiras em território nacional. “Isto não foi aventado em nenhum momento durante o encontro que tivemos”, sublinhou, acrescentando que os dois países pretendem apenas cooperar no domínio da Defesa e Forças Armadas, que incluirá a formação de quadros dos vários ramos das Forças Armadas Angolanas nos Estados Unidos da América.

Angola e Estados Unidos, acrescentou, vão ainda criar condições para que instrutores norte-americanos estejam presentes “naqueles sectores que precisamos de formação para melhor ampliação da cooperação nos vários domínios aqui no país”, disse.

O ministro de Estado espera, no entanto, que os dois países atinjam os objectivos traçados e tenham um programa de cooperação amplo, conforme orientação do Presidente da República.

O secretário de Estado da Defesa dos Estados Unidos da América, Lloyd Austin, afirmou que a sua presença em Angola significa que os Estados Unidos valorizam a cooperação com Angola no domínio Militar.

“O Departamento de Defesa Americano está muito satisfeito e pretende continuar a cooperar com Angola na modernização das Forças Armadas Angolanas”, afirmou.

O responsável pela Defesa nos Estados Unidos da América destacou os esforços de mediação de Angola na região, para que a paz e a estabilidade volte a reinar na RDC, para a retoma das relações entre este país e o Rwanda, bem como em Moçambique.

Lloyd Austin, que é o primeiro secretário da Defesa americano a visitar Angola, disse que os dois países têm agora a possibilidade de aprofundar a cooperação política, de defesa, doutrina, questões marítimas, entre outras áreas.

“Temos uma oportunidade histórica de trabalhar para a paz no sector marítimo e saudamos a sua participação na cooperação com a Bacia do Atlântico”, sublinhou.

O responsável pela Defesa nos Estados Unidos da América salientou o facto de os dois países trabalharem juntos para a prevenção da pesca ilegal e nas questões das alterações climáticas.

Lloyd Austin chegou ao país na terça-feira, no âmbito de um périplo africano, depois de passar pelo Djibouti e pelo Quénia.

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