Acções de combate à seca no sul de Angola destacadas em Estocolmo

Os investimentos em infra-estruturas económicas e sociais feitas pelo Executivo para atenuar os efeitos da seca no Sul de Angola foram destacados pela ministra de Estado para a Área Social, Carolina Cerqueira, nesta quinta-feira, 2 de Junho, na reunião comemorativa dos 50 anos do Programa das Nações Unidas para o Ambiente, realizada em Estocolmo, na Suécia.
Neste evento designado “Reunião Internacional Estocolmo+50”, Carolina Cerqueira falou do canal adutor de Cafu (Sistema de Transferência de Água a partir do rio Cunene) com uma extensão de 160 quilómetros, que assegura o acesso à água a mais de 350 mil cidadãos na província do Cunene, garantindo-lhes melhores oportunidades para a produção alimentar e criação de gado.
Na sua intervenção, Carolina Cerqueira reafirmou o compromisso do Executivo em continuar alinhado com os consensos internacionais do desenvolvimento sustentável, incluindo a Agenda África – 2063.
Segundo a ministra de Estado, hoje o ambiente consta na agenda prioritária do Governo angolano e prevê implementar programas que passam pela adopção de medidas para a produção de energia de fontes não poluentes e outros ligados à poluição marinha.
“Angola prevê ainda atingir uma meta de 70 por cento de energia de fontes não poluentes até 2025, privilegiando a energia limpa, proveniente das barragens hidroeléctricas, e a energia solar. Angola também está engajada na preparação da Conferência Mundial dos Oceanos, tendo em atenção a importância da economia azul e a poluição marinha”, referiu.
Carolina Cerqueira pediu particular atenção para a solidariedade e a necessidade de todos realizarem o imperativo da partilha de meios, tendo em conta as necessidades específicas dos países.
“A relação entre homem e natureza não pode ser de exploração, mas sim de simbiose e mutualismo. Todos nós devemos fazer a nossa parte para tornar a terra um melhor lugar para se viver. O amanhã é hoje”, concluiu.
Por sua vez, o ministro da Cultura, Turismo e Ambiente, Filipe Zau, que também participa na reunião em Estocolmo, disse que o crescimento económico, por si só, não faz sentido, se não houver sustentabilidade ambiental para o bem-estar das populações.
“Nós temos preocupações ambientais muito grandes com os resíduos sólidos, preocupações com o corte de árvores desenfreada, preocupação com a poluição dos nossos mares. Ora, isso leva-nos a pensar no que temos que fazer a nível multissetorial, envolvendo o Ministério da Educação, do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação e do Ministério da Mulher”, disse.
Além do ministro da Cultura, Turismo e Ambiente, integram a delegação angolana, chefiada pela ministra de Estado para a Área Social, Carolina Cerqueira, a secretária de Estado para o Ambiente, Paula Francisco, a governadora de Luanda, Ana Paula de Carvalho, funcionários da missão diplomática de Angola na Suécia e do governo da província de Luanda.
A Reunião Internacional Estocolmo+50, com o lema “Estocolmo+50″
A Reunião Internacional Estocolmo+50, com o lema “Estocolmo+50: um planeta saudável para a prosperidade de todos – Nossa responsabilidade, nossa oportunidade”, é constituída por sessões plenárias e três “Diálogos de Liderança”. O primeiro decorreu hoje e reflectiu sobre a necessidade urgente de acções para alcançar um planeta saudável e a prosperidade de todos.
O segundo e o terceiro “Diálogos de liderança” acontecem amanhã e incidirão sobre os mecanismos para alcançar uma recuperação sustentável e inclusiva da pandemia de coronavírus (COVID-19), bem como para acelerar a implementação da dimensão ambiental do desenvolvimento sustentável no contexto da Década de Acção e a sua concretização para o Desenvolvimento Sustentável.
À margem das sessões principais, está programado uma série de eventos paralelos promovidos por Estados-Membro, como a Suécia e o Quénia, e por diferentes instituições parceiras do Programa das Nações Unidas para o Ambiente.
Na Reunião Internacional Estocolmo+50 participam delegações dos Estados-Membro das Nações Unidas, representantes de organizações do sistema das Nações Unidas, de organizações intergovernamentais, de instituições financeiras internacionais, de grupos da sociedade civil, de organizações de povos indígenas, de instituições académicas, de comunidades científicas, do sector provado, de jovens, e de organizações filantrópicas.