A guerra está estacionária, mas expulsar a Rússia é uma tarefa hercúlea

Quem o diz é Viktor Yushchenko, o ex-presidente ucraniano, alguém que conhece bem o custo de desafiar a influência russa, à BBC. Yushchenko foi envenenado com um químico tóxico durante a campanha eleitoral de 2004, quando concorria contra um candidato preferido de Moscovo. Liderou então protestos contra a eleição fraudulenta antes de tomar posse no ano seguinte.

Hoje, instalado na sua casa de madeira, nos arredores de Kiev, Yushchenko – no seu rosto ainda são visíveis sinais do envenenamento –  elogia o “poder do espírito nacional”, a chave para a independência da Ucrânia. “Hoje posso dizer com confiança que 42 milhões de ucranianos falam a uma só voz. E isso permite-nos enfrentar qualquer inimigo, incluindo a Rússia.”

O dia da independência da Ucrânia, que hoje se comemora, calha exactamente seis meses após a invasão lançada por Vladimir Putin vinda do norte, leste e sul. Números avançados pelas autoridades militares ucranianas referem ter sido mortos quase 9.000 soldados. Segundo dados da ONU cerca de 5.500 civis padeceram no conflito.

Yushchenko culpa amplamente o que considera ser a “incapacidade histórica do Ocidente para combater a agressão russa”, nomeadamente o conflito de 2008 na Geórgia e a anexação da Crimeia seis anos mais tarde. “Mas hoje, mais de 50 países expressaram solidariedade com as ideias da nossa luta. Estão a prestar-nos todo o tipo de apoio – militar, financeiro e humanitário.”

 

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