Violência dos gangues na capital do Haiti leva a meio milhão de deslocados internos

Mais de meio milhão de pessoas no Haiti foram desalojadas das suas casas desde Março, de acordo com um relatório da agência das Nações Unidas para as migrações, mostrando a escala da crise que esta nação caribenha atravessa.

Quase todos os desalojados internos estão a ser albergados por comunidades que já de si estão assoberbadas com serviços sociais esmagados, com menos funcionários que o necessário e com más infra-estruturas, aumentando ainda mais as preocupações sobre tensões com o potencial de desencadear mais violência”, escreve a Organização Internacional para as Migrações (OIM)

Num relatório citado pela agência Associated Press, a OIM diz que há 580 mil refugiados dentro do país e que mais de 2.500 pessoas foram mortas ou ferida nos primeiros três meses do ano, período em que a polícia, com poucos membros e impotente perante os gangues mais poderosos, revelou-se incapaz de controlar a situação.

A maioria das pessoas que foi obrigada a fugir das suas casas vivia na capital, Port-au-Prince, e fugiu para outras províncias que também não têm grandes condições para as albergar, escreve ainda a AP.

Os gangues organizados invadiram o aeroporto, que esteve fechado durante três meses, atacaram esquadras de polícia e controlam 80% da capital e das principais estradas que ligam a cidade ao resto do país, com mais de 60 mil pessoas a viverem em abrigos improvisados em escolas e instituições de ensino.

O novo primeiro-ministro, Garry Conille, nomeado no mês passado, disse numa cerimónia de formatura de 400 polícias, esta semana, que esperava que ajudassem a melhorar a situação.

“Vocês precisam de saber que não estão sozinhos, vocês são a esperança da população neste momento crucial da nossa história”, afirmou Conille.

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