Tio do responsável da OMS morto num ataque em Tigray
O responsável máximo da Organização Mundial de Saúde (OMS), o etíope Tedros Ghebreyesus, acusou as tropas da Eritreia de terem matado o seu tio na região separatista do Tigray, devastada pela guerra na Etiópia.
Segundo Ghebreyesus, foi-lhe dito que outras 50 pessoas foram assassinadas arbitrariamente nesse mesmo ataque. “Ele [o tio] não estava bem de saúde”, admitiu o etíope, cuja família é oriunda de Tigray. Falando no briefing da OMS de ontem, quarta-feira, dia 14, em Genebra, sobre as últimas edições do Covid-19, Tedros disse: “No sábado, fui informado que o meu tio foi assassinado pelo exército da Eritreia. Falei com a minha mãe que está totalmente devastada. Era o seu irmão mais novo. Tinha quase a minha idade”, disse o director-geral da OMS, de 57 anos. Tedros acabou por não fornecer pormenores sobre o momento do alegado ataque ou sobre a localização da aldeia. O responsável também manifestou esperança de que o acordo de cessar-fogo assinado em Novembro entre o governo etíope e a Frente de Libertação do Povo Tigray “se mantenha e a loucura termine.”
Entretanto, as autoridades da Eritreia ainda não se pronunciaram sobre esta acusação.
Refira-se que o conflito no Tigray eclodiu em finais de 2020, quando o primeiro-ministro etíope Abiy Ahmed ordenou uma ofensiva militar contra as forças locais na região norte do país. Depois disso, os combates intensificaram-se, devastando o país populoso do Corno de África. Segundo dados de organizações humanitárias no tereno, há 350.000 pessoas a viver em condições de carência alimentar extrema.