Saída da OPEP propicia aumento de exportações de Angola

Angola deverá exportar, em Agosto próximo, o maior volume de petróleo dos últimos quatro anos, refere a Bloomberg na sua edição online. Esta produção, de acordo com a referida publicação, explica a razão por que o país decidiu abandonar a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) em Dezembro último.”

De acordo com os planos de carga, os fluxos de exportação irão aumentar para 1,23 milhões de barris/dia. A OPEP tinha tentado impor a Luanda um limite de produção de 1,1 milhões de barris/dia, o que levou Angola a abandonar o grupo. A produção não está directamente ligada às exportações mensais.

“Eles [governo angolano] têm um mandato muito claro para aumentar a produção”, referiu Paul Mc Dade, director executivo da Afentra PLC, empresa que detém licenças no país e planeia aumentar a produção. O governo “quer ver o país crescer a partir de 1,1 milhões de barris/dia”, disse Dade numa entrevista no início deste mês.

Lembre-se que Angola decidiu abandonar a OPEP em Dezembro porque o limite de produção – estabelecido pelo grupo após uma análise externa da capacidade do país – deveria ser 400.000 barris/dia números inferiores ao limite anterior. Se Angola tivesse seguido esta directiva teria consolidado as restrições à produção e dificultado o aumento da mesma.

“A saída de Angola da OPEP abriu novas oportunidades de investimento no sector do petróleo e do gás”, afirmou Robert Besseling, Director Executivo da empresa de consultoria Pangea-Risk. “Significa que os EUA e a China estão agora a competir para se tornarem o parceiro económico preferido de Luanda”, disse Besseling.

O governo angolano encorajou as empresas de exploração – incluindo a Afentra – a investir mais, concedendo-lhes extensões de licenças e condições fiscais favoráveis, disse McDade.

Os produtores que exploram os campos angolanos investiram fortemente na expansão e na gestão dos reservatórios para contrariar a diminuição da produção, de acordo com a Energy Aspects. Os fluxos de exportação de Agosto também reflectem o adiamento de duas cargas que deveriam ter sido embarcadas em Julho, referiu o analista Dylan Hattingh.

Mesmo sem estes ajustamentos, as exportações continuariam a ser as mais elevadas desde Julho passado e acima do limite inferior proposto pela OPEP, indicam os planos de carga.

“A recente estabilização da produção resulta do trabalho campo, sobretudo de perfuração, realizado nos últimos anos”, disse Hattingh. “O investimento em activos offshore continua robusto e prevemos que esta tendência se mantenha sob a gestão de operadores experientes.”

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