Repetição das eleições municipais em Moçambique dá vitória à FRELIMO

Os resultados do apuramento intermédio das eleições nas quatro autarquias moçambicanas em que decorreu domingo, dia 11, nova votação, dão vitória à FRELIMO, partido no poder.

As comissões distritais de eleições dos municípios de Marromeu, Milange, Gurué e Nacala-Porto, que votaram novamente no último domingo, indicam a FRELIMO como a vencedora das novas eleições, após o primeiro escrutínio ter sido anulado pelo Conselho Constitucional (CC), devido a irregularidades.

“Este processo de repetição da votação que decorreu no dia 10 de Dezembro foi, em termos de irregularidades, uma autêntica cópia e até com algumas situações mais graves daquilo que nós acompanhámos nas eleições do dia 11 de Outubro, particularmente nos municípios de Marromeu e Gurué”, disse Dércio Alfazema, da Sala da Paz, que observa o escrutínio, durante uma conferência de imprensa de balanço do processo.

Entre as várias irregularidades apontadas pela Sala da Paz estão a tentativa de introdução nas urnas de boletins de voto a mais, impedimento de observação do processo, detenção de eleitores e delegados, baleamento e uso de gás lacrimogéneo pela polícia, situações que, para o observador, colocam em causa os resultados anunciados e desrespeitam os eleitores e o Conselho Constitucional moçambicano.
Pelo menos uma pessoa ficou ferida atingida por uma bala perdida na sequência de tumultos entre a polícia e populares no distrito de Gurué, avançou hoje a corporação.

Para Dércio Alfazema, a repetição das eleições em Moçambique decorreu “sem nenhum controlo e aparentemente sem direcção”.
“Não havia muito que se esperar senão a repetição desses comportamentos que agridem a democracia”, referiu o representante da Sala da Paz, fazendo menção aos membros das mesas de voto.

As eleições de Outubro foram fortemente contestadas pela oposição e sociedade civil, que denunciaram uma alegada “megafraude”.
O CC moçambicano proclamou, no dia 24 de Novembro, a FRELIMO como vencedora das eleições autárquicas de 11 de Outubro em 56 municípios, contra os anteriores 64 anunciados pela CNE, com a Renamo a vencer quatro, e mandou repetir eleições em outros quatro.

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