Que vença o melhor!
Depois de um mês de campanha eleitoral, aberta a 24 de Julho, estamos a poucas horas do dia da votação, para a escolha do Presidente da República, Vice-Presidente e dos deputados à Assembleia Nacional, um momento histórico para o país, que realiza, pela quinta vez, eleições.
Ao longo do período de campanha, que encerra, na prática, hoje, tendo em conta que amanhã, segundo a Lei Eleitoral, o país observa um dia de reflexão, proibindo todo o tipo de propaganda e manifestações políticas viradas para a mobilização partidária, os concorrentes ao cadeirão máximo da governação percorreram o país, para transmitir seus programas eleitorais.
Durante esse período, os sete partidos e a coligação de partidos, designadamente, o MPLA, UNITA, FNLA, PRS, CASA-CE, APN, P-Njango e PHA, usaram todos os argumentos possíveis para caçar o voto do eleitorado, um momento que “roubou” grande parte da atenção da população em idade votante e não só. Por exemplo, além das campanhas com a participação física/presencial da população, ou seja, os comícios, os candidatos tinham o auxílio da imprensa para a divulgação das suas ideias de governação, para 2022/2027.
Neste sentido, de acordo a Lei, João Lourenço (MPLA), Adalberto Costa Júnior (UNITA), Manuel Fernandes (CASA-CE), Nimi a Simbi (FNLA), Bendito Daniel (PRS) Quintino Moreira (APN), Bela Malaquias (PHA) e Dinho Chingunji (P-Njango) tinham a TPA e RNA, para preencherem os minutos de Tempo de Antena.
Nesses espaços televisivo e radiofónico, os partidos não só apresentavam os pontos-chave dos seus programas de governação para Angola, caso vençam as Eleições Gerais, mas aproveitaram o máximo, uns melhor que outros, é óbvio, para promoverem os seus cabeças de listas.
E partidos, como MPLA e UNITA, pela experiência que têm, levaram alguma vantagem sobre os outros concorrentes neste quesito. A máquina propagandística funcionou. Os rostos de João Lourenço e Adalberto Costa Júnior eram os mais bem visíveis nos programas televisivos e, até, nas propandas de rua!
Do outro lado, tínhamos quatro outros partidos e uma coligação de partidos que pareciam não terem a estratégia de propaganda montada com antecipação. Várias vezes, vimos seus tempos de antena serem preenchidos com cenas improvisadas, inclusive, aconteceu com a histórica FNLA, que chegou a mostrar imagens distorcidas, som inaudível, talvez, até, feitas por telefone sem a qualidade exigida e por gente não profissional.
Além dessa questão tecnológica, vimos, igualmente, que os cenários decorativos dos lugares onde alguns partidos realizaram os comícios e as gravações para os tempos de antena não eram atractivos. Nisso, o MPLA tirou todo o aproveitamento possível. Usou bem o poder da propaganda e a força do discurso mobilizador. Quando não fosse o seu candidato, nos tempos de antena usava figuras influenciadoras da sociedade no seu apelo ao voto.
Fruto dessa mobilização, o MPLA sente-se mais confiante para a vitória. Aliás, é essa certeza que seus líderes, militantes, simpatizantes e amigos têm! A fé na vitória. Isto, nalguns momentos, também vê-se em alguns seguidores de Adalberto Costa Júnior.
Em função disso, tal como nas Eleições Gerais passadas, a disputa neste ano vai ser, igualmente, entre o MPLA e UNITA, prevendo-se que a CASA-CE e FNLA possam entrar, na luta, mas não com a mesma proporção dos dois principais contendores. Pelo que fez ao longo da campanha, o PHA, até, pela força das mulheres, pode arrastar alguns votos para si, talvez domar a APN e o P-Njango.
Na verdade, partidos como a FNLA, PRS, P-Njango e APN, que seus líderes não se mostraram carismáticos ao longo dos tempos de antena nem dos grandes comícios, podem pagar caro. Nem sempre a força do partido fala mais alto que a imagem do candidato!
Enquanto isso, os angolanos estão expectantes. O dia da decisão chegou, praticante, à espera apenas dos boletins de votos e confirmarem o partido que melhor programa de governação apresentou e do candidato que deu esperança e confiança de que com ele, Angola pode ser cada vez mais um país bom para se viver.
O MPLA mostrou o que fez e o que ainda pode fazer. A UNITA fez suas promessas, algumas, tal como as de outros partidos concorrentes, não exequíveis. Mas, a decisão está no povo. E o povo sabe que partido é melhor para Angola. Por isso, esperemos que vença o país e vença a democracia.