Quase milhar e meio de migrantes perderam a vida só este ano no Mediterrâneo, diz fundação italiana

Desde o início do ano, pelo menos 1.452 migrantes perderam a vida no Mar Mediterrâneo ou estão desaparecidos, sublinhou a Fondazione ISMU ETS, apoiada em dados da Organização Internacional para as Migrações (OIM). Até ao final deste ano, a fundação italiana projecta que o número de mortos será um pouco inferior a 2.000.

Na última década, segundo a ISMU ETS, o número de menores mortos ou desaparecidos no Mediterrâneo poderá ser “superior a seis mil”.

De acordo com a fundação, o acidente mais trágico de todos os tempos ocorreu em 18 de Abril de 2015, a cem quilómetros ao norte da Líbia, com pelo menos 1.022 mortos ou desaparecidos e apenas 28 sobreviventes.

O naufrágio mais grave de 2024 ocorreu em 17 de Junho nas águas italianas do Mar Jónico, perto da Calábria, com 66 mortos e desaparecidos, incluindo 27 menores, de longe o segundo maior número de menores mortos num único naufrágio.

Em relação aos menores, de acordo com dados do projecto Migrantes Desaparecidos, da OIM, entre 2014 e 2023 um total de pelo menos 1.214 menores morreram ou desapareceram no Mediterrâneo. O número total de vítimas passou de menos de 1% em 2014 para mais de 5% tanto no ano passado quanto neste ano (com um total, até agora, de 74 crianças mortas ou desaparecidas).

No entanto, aponta a ISMU, esses são dados parciais, uma vez que a idade real dos mortos ou desaparecidos nem sempre – ou mesmo raramente – é relatada.

De acordo com o ACNUR, de 2023 até o momento, 24% dos migrantes desembarcados eram menores de idade, com uma incidência muito maior do que teriam entre as vítimas.

Estes dados foram apresentados quando se assinala proximamente o Dia da Memória e Receção, em homenagem às 368 vítimas – incluindo 83 mulheres e nove crianças – do trágico naufrágio ao largo da costa de Lampedusa, a 3 de Outubro de 2013.

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