Prémio Sakharov 2023 atribuído à iraniana Jina Mahsa Amini

Duas semanas depois de o Prémio Nobel da Paz de 2023 ter sido atribuído à activista e jornalista iraniana Narges Mohmmadi, com o comité norueguês a reconhecer, assim, “as centenas de milhares de pessoas que se manifestaram contra a opressão do regime teocrático contra as mulheres”, o Parlamento Europeu atribuiu, ontem, quinta-feira, dia 20, o Prémio Sakharov 2023 a Jina Mahsa Amini e ao movimento Mulher, Vida, Liberdade, do Irão.
Jina Mahsa Amini, foi a jovem curda-iraniana que morreu a 16 de Setembro do ano passado, depois de ter sido presa pela polícia em Terão por usar o véu de uma forma que não estava de acordo com as regras impostas às mulheres do Irão. Três dias após a sua prisão, Mahsa entrou em coma e morreu em consequência dos maus-tratos e abusos físicos que sofreu. Tinha 22 anos. Mas o reconhecimento foi igualmente para o movimento das mulheres iranianas “Mulher Vida Liberdade” que se formou após a morte da estudante.
No seu discurso no Parlamento Europeu, a presidente da instituição, Roberta Metsola, disse que, com esta escolha, a Assembleia pretende lembrar a luta das mulheres e homenagear “todos aqueles que pagaram o preço mais alto pela liberdade”. Metsola reiterou o seu desejo de estar “ao lado de quem, mesmo da prisão, continua mantendo o seu movimento vivo”
Refira-se que o Prémio Sakharov foi atribuído pela primeira vez em 1988 a Nelson Mandela e Anatoly Marchenko. Este é o maior reconhecimento que a União Europeia dá aos esforços efectuados em matéria de direitos humanos. É concedido a indivíduos, grupos e organizações que fizeram contribuições excepcionais para proteger a liberdade de pensamento.