Portugal desmente acusações do presidente do parlamento guineense

O Governo português repudiou hoje, quinta-feira, dia 7, em comunicado, as declarações do presidente do parlamento da Guiné-Bissau, feitas terça-feira à Lusa, nas quais Domingos Simões Pereira acusou Portugal de se deixar usar pelo Presidente guineense.

“O Governo português repudia as declarações do Presidente da Assembleia Nacional Popular da República da Guiné-Bissau quanto à posição de Portugal sobre a actual crise política no país”, lê-se no comunicado enviado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros à agência Lusa.

“De forma consistente, e respeitando a plena soberania daquele país, Portugal tem cooperado com todas as instituições e autoridades guineenses – bilateralmente, mas também no quadro das Nações Unidas, da União Europeia e da Comunidade de Países de Língua Portuguesa – para a consolidação da estabilidade, democracia e Estado de Direito, bem como a promoção do desenvolvimento na Guiné-Bissau”, salienta a nota.

Portugal, no que diz respeito à crise política na Guiné-Bissau, “tem seguido com atenção os mais recentes acontecimentos e espera que as instituições guineenses encontrem, no respeito pela ordem constitucional, as necessárias soluções para ultrapassar o atual momento que se vive no país”, acrescenta.

Recorde-se que na terça-feira, em entrevista telefónica à Lusa a partir de Lisboa, Domingos Simões Pereira, acusou Portugal de se deixar usar pelo chefe de Estado guineense, Umaro Sissoco Embaló, “em vez de contribuir para o reforço da estabilidade, para a construção de instituições democráticas”.

“Volta e meia, por tuta e meia, o Presidente [Sissoco Embaló] evoca conversas com [o Presidente da República de Portugal] Marcelo Rebelo de Sousa, com o primeiro-ministro António Costa e com outras autoridades [portuguesas]. E fá-lo com o intuito de evocar algum paralelismo com aquilo que acontece em Portugal e que, portanto, se é normal em Portugal, é normal na Guiné-Bissau”, afirmou Simões Pereira.

De acordo com Simões Pereira, Umaro Sissoco Embaló invocou uma suposta conversa com Marcelo Rebelo de Sousa a propósito da sua decisão de dissolver o parlamento guineense, a pretexto de uma alegada tentativa de golpe de Estado. Para o presidente do parlamento guineense e do PAIGC, a presença das autoridades portuguesas na Guiné-Bissau “dá um sinal de aval àquilo que é a actuação das entidades que vêm recebendo essas autoridades.”

Horas depois, em resposta enviada à agência Lusa, o chefe de Estado português, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou que não esteve nem falou com o Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, desde que esteve em Bissau, em meados de Novembro.

Esta informação foi enviada à Lusa, em resposta a um pedido de comentário do Presidente da República sobre a situação na Guiné-Bissau e sobre as declarações de Domingos Simões Pereira, em que é visado.

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