Portugal candidata-se a membro não-permanente do Conselho de Segurança da ONU

O ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Paulo Rangel, lançou formalmente, em Nova Iorque, ontem, a quinta-feira, dia 7, a campanha de Portugal para um lugar não permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) sob o lema “Prevenção, Parceria, Proteção”.
Paulo Rangel destacou as vantagens da candidatura portuguesa e pediu apoio na votação que decorrerá em 2026 e na qual Portugal enfrentará a Alemanha e a Áustria. De acordo com o ministro, Portugal apresentará uma “diplomacia preventiva”, “fará pontes” e apostará na “protecção”.
“Temos três principais lemas para esta campanha: Por um lado, a ideia de prevenir e evitar conflitos. Portanto, estar no Conselho de Segurança com aquilo que chamamos de diplomacia preventiva. Em segundo lugar, fazer pontes, sermos parceiros. Nós julgamos que, no plano internacional, e diria mesmo no plano mundial, o Estado português é conhecido por essa capacidade de fazer pontes em todos os continentes – da Oceânia à Ásia, da África às Américas ou na Europa”, defendeu Rangel em declarações aos jornalistas antes do evento.
“Portugal tem aquilo a que se chama de ‘soft power’, tem uma grande capacidade de poder suave, portanto de fazer pontes. Isso é muito relevante não apenas nas questões de segurança, mas também em agendas como, por exemplo, a reforma das finanças internacionais, de forma que a dívida dos países mais pobres, como no caso de África, possa ser reestruturada. E depois também teremos a ideia da proteção”, argumentou.
A eleição em causa para o Conselho de Segurança – um dos órgãos mais importantes das Nações Unidas, cujo mandato é zelar pela manutenção da paz e da segurança internacional – acontece em 2026, para o biénio 2027/2028. Portugal tem como adversários diretos a Alemanha e a Áustria, numa disputa pelos dois lugares de membros não permanentes atribuídos ao grupo da Europa Ocidental e Outros Estados.
As eleições para o referido mandato realizam-se durante a 81.ª Assembleia-Geral das Nações Unidas, em 2026, ano em que António Guterres termina o segundo mandato de cinco anos como secretário-geral da ONU. Na segunda-feira, o Governo português anunciou que destinou 1,7 milhões de euros a esta candidatura.