Polícia tunisina desactiva acampamento de migrantes subsaarianos

A polícia na capital da Tunísia, Tunes, retirou, esta semana, à força africanos subsarianos que estavam acampados junto do edifício da ONU há várias semanas.

Muitos africanos negros têm procurado a repatriação, após as recentes declarações do Presidente Kais Saied, consideradas racistas e xenófobas, terem desencadeado uma onda de violência contra estas comunidades.

O presidente tunisino nega ter incitado ao ódio dizendo que faziam parte de uma conspiração para alterar a composição demográfica do país norte-africano, que tem uma cultura predominantemente árabe-muçulmana. O que é certo é que após essas declarações seguiu-se uma repressão contra os migrantes com muitos sujeitos a detenções, abusos e expulsões das suas casas.

Tweets de jornalistas feitos no local do escritório da agência das Nações Unidas para os refugiados (ACNUR), dão conta que o campo onde se tinham reunido migrantes foi completamente destruído. “A polícia prendeu muitas pessoas. Um dos migrantes disse-me que não consegue encontrar a sua mulher e filho,” tweetou a jornalista freelancer Elizia Volkmann, acrescentando que muitos deles eram refugiados registados. “Os advogados estão a investigar para onde foram levados os detidos”, acrescentou.

De acordo com vários relatos, a polícia utilizou gás lacrimogéneo e bastões para dispersar as pessoas. Vídeos nas redes sociais davam conta da violência da intervenção policial. Num deles ouve-se um homem dizer: “Este país não é seguro para nós, temos de ser evacuados.”
Não é certo o número de pessoas que estavam acampadas junto do edifício das Nações Unidas. A Costa do Marfim, a República da Guiné e Burquina Faso estão entre os países que organizaram o repatriamento dos seus cidadãos provenientes da Tunísia ao longo do último mês.

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