Paris apela ao Ruanda para que cesse o apoio ao M23

O Quai d’Orsay, sede do Ministério dos Negócios Estrangeiros francês, afirmou estar “muito preocupado com a situação no leste do país, particularmente em torno de Goma e Saké”.

A declaração acrescenta que “os ataques à integridade territorial da República Democrática do Congo (RDC) são inaceitáveis” e que “o M23 deve cessar imediatamente os combates e retirar-se de todas as zonas que ocupa”. Por fim, no mesmo texto, Paris considera que “as forças armadas congolesas devem cessar toda a colaboração com as Forças Democráticas de Libertação do Ruanda (FDLR)”.

Com esta declaração, a França alinhou a sua posição com a dos Estados Unidos. No passado sábado, os EUA condenaram a escalada de violência atribuída aos rebeldes do M23. O Departamento de Estado apelou também à retirada do exército ruandês e pediu a Kigali que “retire os seus sistemas de mísseis terra-ar, que ameaçam a vida de civis, das forças de manutenção da paz da ONU e dos funcionários humanitários.”

Estas condenações surgem na sequência de uma vaga de indignação contra as chancelarias ocidentais, nomeadamente em Kinshasa, capital da RDC, mas também em Goma, na segunda-feira, dia 19. Os manifestantes denunciaram a indiferença da comunidade internacional.

RDC na ordem de trabalhos do Conselho de Segurança

Durante uma reunião do Conselho de Segurança da ONU, na terça-feira à noite, os EUA apelaram ao Ruanda e à RDC para que “ponham de lado o risco de guerra”. “A comunidade internacional deve tomar medidas imediatas para pôr fim aos combates no leste da RDC e permitir que as tensões entre a RDC e o Ruanda diminuam”, afirmou o embaixador adjunto dos EUA na ONU, Robert Wood.

O representante do Secretário-Geral na RDC, Bintou Keïta, alertou o Conselho de Segurança para a escalada da violência e para o risco de o conflito se alastrar à região, informou o correspondente da France Press em Nova Iorque.

Descrevendo as situações em torno de Saké e Goma, Bintou Keita denunciou as violações dos direitos humanos e do direito internacional por parte dos rebeldes do M23. Citou, por exemplo, casos de recrutamento forçado de crianças e de raptos de civis.

Os membros do Conselho de Segurança apelaram igualmente a todas as partes para que respeitem o direito internacional. A França apelou igualmente ao Ruanda para que ponha termo ao seu apoio ao M23 e anunciou a inclusão de seis novos membros do M23 e das FDLR na lista de sanções das Nações Unidas.

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