Obi vence na maior cidade da Nigéria

A aparente vitória do candidato trabalhista em Lagos, não é necessariamente uma grande surpresa. A cidade é o berço de muitos jovens com qualificações, assim como de uma grande população Igbo, apoiante da sua candidatura presidencial.

O candidato do Partido Trabalhista à Presidência da Nigéria, Peter Obi, venceu na maior cidade do país, Lagos, nas eleições do passado sábado, de acordo com os resultados das eleições estaduais, embora ainda não tenham sido confirmados pela Comissão Eleitoral.

Obi derrotou, por escassos votos, Bola Tinubu, do partido no poder, e ex-governador do estado de Lagos. Tinubu já aceitou a derrota em Lagos, afirmando que, como democrata, era obrigado a aceitar o resultado de qualquer eleição. “As pessoas têm o direito de votar no candidato da sua escolha”, disse, numa declaração divulgada pela sua equipa de campanha. Tinubu, apelou para os seus apoiantes se manterem calmos, na sequência de relatos de violência em zonas de Lagos contra comerciantes da comunidade Igbo, etnia de Obi.

A aparente vitória do candidato trabalhista em Lagos, não é necessariamente uma grande surpresa. A cidade é o berço de muitos jovens com qualificações, assim como de uma grande população Igbo, apoiante da sua candidatura presidencial.

Por sua vez Tinubu já venceu em três estados – Ondo, Ekiti e Kwara – do sudoeste, todos eles considerados como um feudo seu.
Enquanto isso, Atiku Abubakar, do principal partido da oposição, o Peoples Democratic Party (PDP) ganhou o estado de Osun, o de Adamawa, onde nasceu, bem como o de Katsina, de onde é natural o Presidente Muhammadu Buhari.

Os resultados de Ekiti, Kwara, Ondo e Osun foram confirmados pelo chefe da Comissão Nacional Eleitoral Independente (INEC, sigla em inglês) na sua sede na capital, Abuja, contudo os outros resultados permanecem provisórios.
Mas com os resultados de 29 estados e a capital, Abuja, ainda por divulgar, continua a ser demasiado cedo saber quem será o próximo presidente da Nigéria.

A Amnistia Internacional (AI) instou as autoridades nigerianas a investigar o que descreveu como violência generalizada desencadeada sobre os eleitores em zonas dos estados de Lagos, Rios, Kano, Edo e Delta, durante o fim-de-semana. “Aqueles por detrás dos ataques aos eleitores, jornalistas e funcionários eleitorais devem ser levados à justiça”, adiantou AI.

O atraso na divulgação dos resultados poderá levar a um aumento da violência. A INEC pediu desculpa pela fraca actualização de resultados na sua página online, afirmando que o súbito aumento de visualizações causou problemas técnicos. O atraso na divulgação dos resultados surge, em parte, devido à continuação das eleições no domingo, em algumas partes do país. No sábado, dia das eleições, a votação começou com várias horas de atraso em muitas áreas, havendo também relatos de ataques a algumas mesas de voto.

Mais de 87 milhões de nigerianos estavam registados para votar, tornando este escrutínio o maior exercício democrático em África.
Recorde-se que o Congresso All Progressives (APC) e o PDP dominam a Nigéria desde o fim do governo militar, em 1999, mas desta vez, espera-se que Obi, do Partido Trabalhista, anteriormente pouco conhecido, desafie o sistema bipartidário. Obi tem o apoio de muitos jovens, que constituem um terço dos eleitores registados.

Para ser eleito à primeira volta, um candidato precisa de ter o maior número de votos e um quarto dos votos expressos em 25 dos 36 estados mais Abuja. Caso contrário, haverá uma segunda volta dentro de 21 dias – uma estreia na história da Nigéria.

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