Nova responsável pela OIM revela ter África na agenda

A nova directora-geral da Organização Internacional das Migrações (OIM), a norte-americana Amy Pope, que no dia 1 iniciou funções, escolheu o continente africano para efectuar a sua primeira visita oficial.
Na agenda tem a escala das migrações. Para esta responsável as migrações sul-sul, no interior do continente africano, são muitas vezes obscurecidas pelas mortes de migrantes no mar Mediterrâneo, mas, diz Amy Pope, “quando falamos de migração no continente africano devemos perceber que mais de 80% da migração ocorre em África”, sublinhou na conferência de imprensa, ontem, segunda-feira, dia 2, em Genebra.
Segundo a nova responsável da OIM, grande parte dos migrantes africanos vão para o Golfo Pérsico e realçou informações perturbadoras sobre o tratamento reservado lá aos migrantes. “É importante garantir melhor protecção e melhor acesso dos migrantes aos serviços de ajuda”, insistiu Pope, referindo como exemplo o tratamento dispensado aos migrantes que trabalharam nas obras para o Campeonato do Mundo de Futebol de 2022 disputado no Qatar que mereceu destaque na imprensa internacional.
Mais recentemente, a organização não-governamental Human Rights Watch (HRW) acusou os guardas fronteiriços sauditas de terem matado centenas de emigrantes etíopes que tentavam entrar no país a partir do Iémen. Riad classificou o relatório produzido pela ONG como “infundado”.
No próximo domingo, dia 8 de Setembro, Amy Pope desloca-se à sede da União Africana, em Adis Abeba, Etiópia. Antes de se reunir com responsáveis etíopes, a chefe da OIM quer discutir a melhor forma de garantir a circulação de pessoas e em particular apoiar os acordos de livre comércio promovidos pela organização.
Em seguida, visita o Quénia e o Djibuti. Irá também a Bruxelas para se encontrar com a Comissão Europeia num momento em que a União dos 27 está submersa na crise dos migrantes que chegam aos milhares a Itália há várias semanas.