Militares alemães irão abandonar no Níger

A base aérea operada pelo exército alemão em Niamey, no Níger, encerra a 31 de Agosto de 2024. O acordo militar assinado entre os dois países autoriza a presença militar alemã até essa data. De acordo com informações avançadas pela Deutsche Welle (DW), o governo alemão não tem intenção de assinar um novo acordo para prolongar a presença do seu exército no país. São cerca de 40 os militares alemães destacados no Níger.

A construção da base aérea custou à Alemanha cerca de 120 milhões de euros, adiantou a revista alemã Der Spiegel. A base tem sido regularmente elogiada pelo valor e sofisticação do seu equipamento. A imprensa alemã noticiou que esta decisão resultou do fracasso das negociações entre o Níger e a Alemanha para manter a base aérea operacional. A parte nigerina terá condicionado qualquer prolongamento a exigências consideradas inaceitáveis por Berlim.

Os militares no poder gostariam de celebrar um acordo sem qualquer menção às garantias de segurança para as tropas estacionadas no aeroporto de Niamey, nem à garantia de uma autorização sem complicações para a descolagem e aterragem de aviões. Niamey exigia também uma “parceria igualitária” com o exército alemão na formação de soldados nigerinos e até o fornecimento de armas ao exército do Níger.

Dada a proximidade do prazo de retirada inicial, deixou de haver margem de manobra para eventuais negociações. O anúncio da partida iminente do exército alemão do Níger surgiu no sábado, dia 6, altura em que o Níger acolheu a cimeira de formalização da Aliança dos Estados do Sahel (AES) composta pelo Níger, Mali e Burquina Faso. Esta organização pretende formar um bloco contra a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), hostil aos golpes de Estado na região da África Ocidental.

Recorde-se que estes três países decidiram abandonar a CEDEAO, acusada de ter ultrapassado os limites das suas prerrogativas e missões ao impor sanções na sequência do derrube de governantes civis nestes países. Os países da AES apostam na cooperação militar com a Rússia.

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