Mediação angolana alcança acordo de cessação das hostilidades na RDC
A liderança do movimento rebelde M23, com a medição angolana, comprometeu-se, ontem, a cessar as hostilidades em toda a região Leste da República Democrática do Congo (RDC), a partir das 12 horas de terça-feira.
Segundo um comunicado da Presidência da República de Angola, a que a Angop teve acesso, o compromisso do M23 resultou das diligências do Presidente João Lourenço, que enviou, ontem, à RDC, uma delegação chefiada pelo ministro de Estado e Chefe da Casa Militar, Francisco Furtado.
Os resultados das diligências com o M23, conforme o comunicado, foram transmitidos ao Chefe de Estado da RDC, Felix Antoine Tshisekedi Tshilombo.
“Na sequência da deliberação da Mini-Cimeira sobre a paz e segurança na Região dos Grandes Lagos realizada em Addis Abeba, Etiópia, a 17 de Fevereiro de 2023, uma delegação angolana tem mantido contacto com a liderança do M23 desde o dia 28 de Fevereiro do corrente ano”, lê-se no documento.
A fiscalização do cumprimento da cessação das hostilidades, adianta, será da responsabilidade do Mecanismo Ad Hoc de Verificação.
Angola apela às partes a cumprirem à letra o espírito das decisões das várias cimeiras sobre o processo de paz e segurança na região Leste da RDC.
Durante a referida Cimeira, os Chefes de Estado e de Governo mandataram o Presidente angolano, João Lourenço, em coordenação com o antigo Presidente do Quénia Uhuru Kennyatta, facilitador designado pela Comissão da África Oriental, a manterem contactos com a liderança do M23.
Durante a mini-cimeira, os estadistas reiteraram a necessidade da implementação do Plano Conjunto para a resolução da crise naquela região da RDC.
O Plano Conjunto para a resolução da crise no Leste da RDC é o principal instrumento para o desanuviamento das tensões e normalização das relações político-diplomáticas entre a RDC e o Rwanda e prevê a cessação das hostilidades, em geral, e, em particular, dos ataques do M23 contra as Forças Armadas da FARDC e a MONUSCO.
O Plano Conjunto estabelece, também, o acantonamento e desarmamento do M23, o regresso dos deslocados internos às suas áreas de origem e o retorno dos refugiados congoleses do Rwanda para a RDC, no quadro do Roteiro de Luanda.