Mali e Burquina Faso renovam apoio aos golpistas do Níger

Duas semanas após o golpe de Estado no Níger, em cartas conjuntas dirigidas à ONU e à União Africana (UA), os ministros dos Negócios Estrangeiros do Mali e do Burquina Faso apelaram às organizações internacionais para que assumissem as suas responsabilidades e evitassem a todo o custo qualquer intervenção militar no Níger.
Na sua carta, os chefes da diplomacia do Mali e do Burkina Faso “reiteram a sua firme condenação de qualquer intervenção militar da CEDEAO”. Consideram, sem nomear nenhum país, que esta perspectiva “esconde mal os objectivos de potências estrangeiras dispostas a agravar uma situação de segurança já precária.”
Os representantes de Ouagadougou e Bamako estabeleceram um paralelo com a intervenção ocidental na Líbia em 2011, que “provocou o colapso do Estado e a desestabilização do Sahel”. Do lado da CEDEAO, a 8 de agosto, o porta-voz do presidente nigeriano, Bola Tinubu, afirmou que a diplomacia era a melhor forma de resolver a crise no Níger, mas que nenhuma opção tinha sido excluída pelos países da região.
Para os ministros dos Negócios Estrangeiros do Mali e do Burquina Faso, a persistência da organização regional da África Ocidental “nesta abordagem contraproducente” “conduziria ao desmembramento da CEDEAO”. Por isso, apelam “à responsabilidade da ONU e da União Africana” para evitar, segundo eles, “uma acção armada contra um Estado soberano”, cujas “consequências seriam imprevisíveis.”