Maior avenida de Joanesburgo passa a chamar-se Winnie Mandela

Winnie Mandela, ex-mulher de Nelson Mandela, continua a gerar polémica na África do Sul. A última ocorreu ontem, terça-feira, dia 26 de Setembro, a propósito da alteração do nome da avenida mais movimentada de capital económica do país, Joanesburgo.
Assim, fazendo coincidir com o seu aniversário natalício – morreu em 2018 -, a grande avenida William Nicol, administrador da antiga província do Transvaal durante o regime do apartheid, foi rebaptizada com o seu nome, passando a designar-se Winnie Mandela Drive.
Mas alteração não deixou de gerar polémica, desde que o ANC, partido ao qual pertencia Winnie, propôs o processo de mudança do nome durante a presidência do então presidente do Município Geoff Makhubo, em 2021. “Os nomes têm história. Dizem algo sobre aqueles cujas contribuições são consideradas dignas de uma memória pública e multigeracional. São, pela sua própria natureza, controversos e é por isso que devem ser sempre tratados com a sensibilidade que merecem”, afirmou Makhubo na altura.
A 24 de março de 2021, o município anunciou que estava a considerar a mudança de nome e pediu aos munícipes que se pronunciassem sobre a proposta. Semanas mais tarde, a Aliança Democrática (DA, sigla em Inglês), o principal partido da oposição, apelou aos residentes para que assinassem uma petição contra “esta mudança de nome ilegal e inútil”, questionando a razão pela qual o dinheiro dos contribuintes deveria ser gasto nesta operação, sobretudo quando o país atravessa uma enorme crise económica. Mas o processo foi avante, apesar de a figura de Winnie, activista radical, não gerar consenso, sobretudo após ter sido associada a assassinatos brutais de jovens mulheres, tendo sido também condenada por fraude.
Para Kabelo Gwamanda, presidente do Município de Joanesburgo, do partido muçulmano Al Jama-ah, “tudo depende do que se considera controverso, é uma questão de interpretação, mas para mim, que cresci a admirar a sua coragem em enfrentar os detentores do poder, vejo-a como uma heroína.”, referiu à RFI.