Irão quer suspender cooperação com o organismo de vigilância nuclear da ONU

O parlamento iraniano aprovou um projecto de lei para suspender a cooperação com o organismo de vigilância nuclear da ONU, informaram os meios de comunicação social estatais.
Os políticos apoiaram unanimemente esta medida contra a Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA), segundo a imprensa estatal iraniana.
O projecto de lei estabelece que qualquer futura inspeção da AIEA deve ser autorizada pelo Conselho Supremo de Segurança Nacional e terá de ser aprovado pelo Conselho dos Guardiães, não eleito, para se tornar lei.
“A Agência Internacional da Energia Atómica, que se recusou a condenar, mesmo que marginalmente, o ataque às instalações nucleares iranianas, colocou a sua credibilidade internacional em leilão”, afirmou o presidente do Parlamento, Mohammad Bagher Ghalibaf, na televisão estatal.
“A Organização da Energia Atómica do Irão suspenderá a sua cooperação com a AIEA até que a segurança das nossas instalações nucleares seja garantida”, acrescentou.
As suas palavras foram proferidas pouco depois do fim de quase duas semanas de combates entre o Irão e Israel, que tiveram início a 13 de Junho, quando o exército israelita atacou instalações militares iranianas e matou alguns dos seus principais comandantes.
O conflito agravou-se ainda mais durante o fim de semana, quando os EUA atingiram três instalações nucleares no Irão com bombas.
Segundo a Reuterso, o presidente dos EUA, Donald Trump, sugeriu que os ataques tinham “obliterado” o programa nuclear do Irão. No entanto, um relatório posterior dos serviços secretos norte-americanos pôs em causa esta afirmação.