Inflação em Moçambique abranda para 8,9% até ao final do ano

A consultora Oxford Economics Africa prevê que a inflação em Moçambique deverá descer para 8,9% até final deste ano, abrindo margem para o banco central cortar as taxas de juro em mais 50 pontos base.

que “Antevemos que a inflação vá abrandar gradualmente para 8,9% no final de 2023 face ao período homólogo, o que dará espaço para o Banco de Moçambique cortar as taxas de juro em 50 pontos base durante este ano”, escreveram os analistas.

Num comentário aos últimos números da inflação moçambicana em 2022, enviado aos clientes e a que a Lusa teve acesso, a Oxford Economics Africa escreve que “a inflação deve ter atingido o pico em setembro e vai cair para um dígito até ao terceiro trimestre deste ano, em linha com um declínio previsto para os preços das matérias-primas, devido ao enfraquecimento do crescimento global”.

Na semana passada, o Instituto Nacional de Estatística divulgou os valores da subida dos preços para o ano passado, apontando para um aumento acumulado de 10,91% em dezembro face aos 12 meses anteriores, uma média de 10,2% durante esse ano.

“Apesar da moderação prevista para os preços alimentares e energéticos desde março de 2022 e a estabilidade da taxa de câmbio do metical, a inflação vai continuar elevada no primeiro semestre deste ano devido ao efeito base, abrandando gradualmente até aos 8,9% no final do ano”, escrevem os analistas.

Moçambique registou uma inflação de quase 11% em 2022, valor mais alto dos últimos seis anos, anunciou o Instituto Nacional de Estatística (INE).

Os preços subiram 10,91% em relação a 2021, em linha com a onda inflacionista global.

“De janeiro a dezembro do ano de 2022, o país registou um aumento de preços na ordem de 10,91%. As divisões de alimentação, bebidas não alcoólicas e transportes foram as de maior destaque”, lê-se no mais recente boletim de Índice de Preços ao Consumidor (IPC).

Ainda assim, na análise mensal, dezembro de 2022 foi o quarto mês consecutivo de abrandamento da inflação, depois de um pico de 12,96% registado em agosto.

Desde outubro que o boletim do IPC recolhe dados para cálculo da inflação em oito pontos do país, em vez de três.

Além de Maputo, Beira e Nampula, passam também ser analisados os preços de mercados e lojas de Quelimane, Tete, Chimoio, Xai-xai e da província de Inhambane.

Em 2016, o país registou uma inflação de 23,67%, caindo para valores abaixo de 7% desde então, até aos 10,91% agora anunciados.

O Orçamento do Estado moçambicano para 2023 prevê uma inflação de 11,5%.

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