Gangues assaltam Palácio Presidencial no Haiti

Cinco agentes da polícia ficaram feridos, um com gravidade, após uma tentativa fracassada de grupos armados de tomar de assalto o Palácio Nacional do Haiti, ontem, segunda-feira, dia 1.
Conforme avançou a agência de notícias EFE, o ataque ao símbolo do poder político do Haiti foi realizado pela aliança de gangues armados “Vivre Ensemble” (Viver Juntos), liderada pelo antigo agente da polícia Jimmy Chérizier, por todos conhecido como ‘Barbecue’.
A Polícia Nacional do Haiti e as unidades encarregadas da segurança do Palácio repeliram o ataque em Champs de Mars, a principal praça de Port-au-Prince, com a população a fugir em todas as direcções para escapar ao tiroteio. Os bandos armados também incendiaram um veículo blindado da polícia que se tinha avariado junto ao Palácio.
Na sequência do ataque, as autoridades prolongaram até quarta-feira, dia 3, o recolher obrigatório no departamento de Oeste, que inclui a capital do país.
Recorde-se que a região está também sob estado de emergência desde 6 de Março, devido à violência causada pelos gangues armados que controlam quase por completo Port-au-Prince. Também na segunda-feira, o governo do primeiro-ministro demissionário haitiano, Ariel Henry, comprometeu-se a trabalhar para uma transferência pacífica de responsabilidades para o novo Conselho Presidencial de Transição.
Henry, que está no estrangeiro há quase um mês, garantiu que vai pedir à Comunidade das Caraíbas (CARICOM) o envio do acordo que estabelece a criação do Conselho Presidencial de Transição, de acordo com um comunicado do Conselho de Ministros haitiano.
‘Barbecue’, líder do grupo armado G9 e alvo de sanções impostas pelo Conselho de Segurança da ONU, ameaçou não reconhecer o Conselho Presidencial e lançar o país numa guerra civil caso o destacamento da força internacional entre no Haiti.
A Missão Multinacional de Apoio à Segurança no Haiti, autorizada pelo Conselho de Segurança da ONU, vai ser liderada pelo Quénia. No domingo, o Ministério da Defesa do Canadá anunciou o envio de 70 soldados para a Jamaica para treinar a força multinacional que será destacada para o Haiti, com o objectivo de conter a crise de segurança que o país enfrenta.
Recorde-se que o Haiti não tem eleições desde 2016 e está sem Presidente e sem parlamento.