FMI prepara-se para lançar relatório Perspectivas Económicas Regionais para África

O Fundo Monetário Internacional (FMI) vai publicar, no próximo dia 25 de Abril, o relatório Perspectivas Económicas Regionais para África, considerado crucial por especialistas que acompanham a evolução do continente. O documento trará actualizações sobre o crescimento económico, inflação, situação fiscal e os principais desafios estruturais enfrentados pelos países africanos.

De acordo com a publicação do ‘Further África’, a expectativa em torno do documento é elevada, sobretudo num momento em que a comunidade financeira internacional volta a centrar atenções em África. O relatório promete uma análise aprofundada da recuperação económica desigual após a pandemia da covid-19, além de apresentar previsões para 2025 e para os anos seguintes.

As últimas estimativas indicam um crescimento económico de 4,1% na África Subsaariana em 2025. Embora represente uma ligeira revisão em alta, o crescimento continua a ser distribuído de forma desigual entre os países da região, o que levanta preocupações sobre a sustentabilidade do continente.

Grandes crescem a ritmo inferior

A Nigéria e a África do Sul, as duas maiores economias do continente, deverão crescer a um ritmo inferior ao dos seus países vizinhos. Há previsão de que o relatório vá explorar as implicações dessa disparidade, destacando sectores e países com maior potencial para liderar a recuperação económica africana.

Apesar de algumas melhorias, muitos países africanos continuam a enfrentar dificuldades orçamentais, com elevados níveis de dívida e pouco espaço fiscal. Esses factores limitam a capacidade de investimento público, dificultando a implementação de políticas de crescimento mais eficazes.

O FMI deverá destacar a importância de equilibrar a consolidação fiscal com investimentos estratégicos para fomentar o crescimento. Uma gestão responsável desses elementos será essencial para garantir uma recuperação económica duradoura e mais inclusiva.

De acordo com os analistas, as pressões inflacionistas, especialmente nos preços dos alimentos, continuam a ser motivo de preocupação. “No entanto, há sinais de que o relatório poderá mostrar um abrandamento gradual da inflação, o que poderá beneficiar o consumo privado e impulsionar o investimento interno”, explicaram.

Em conclusão, os especialistas sublinharam ainda que políticas monetárias mais flexíveis devem acompanhar esta tendência, contribuindo para o estímulo económico. Contudo, os riscos externos, como as tensões comerciais e os fenómenos meteorológicos extremos, continuam a representar uma ameaça para o progresso económico de África.

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