FMI empresta 1,9 mil milhões de dólares à Tunísia
O Fundo Monetário Internacional (FMI) alcançou um acordo com o Governo tunisiano que vai permitir desbloquear 1,9 mil milhões de dólares.
Numa altura em que a Tunísia enfrenta graves dificuldades económicas, o acordo que tem um prazo de validade de quatro anos, foi concluído entre os serviços técnicos do FMI e as autoridades tunisianas, mas deve ser ainda validado pelo conselho de administração da instância financeira.
Num comunicado divulgado no sábado, a concessão desta verba tem como contrapartida um compromisso da Tunísia promover um programa de reformas.
Entre as medidas exigidas pelo FMI, inclui-se a fiscalização da economia informal, medidas de apoio à população mais desfavorecida e um reforço da transparência do sector público.
O novo acordo “apoiará o programa de reformas económicas das autoridades para restabelecer a estabilidade orçamental e externa da Tunísia, reforçar a protecção social e promover um crescimento mais sustentado, mais verde e mais inclusivo”, referiram.
Os fundos desbloqueados pelo FMI devem fornecer algum oxigénio ao país muito endividado, e que já não pode recorrer aos mercados internacionais.
Em 2022, o défice orçamental da Tunísia poderá ultrapassar os 9 por cento. A inflação no país atingiu 9,1 por cento em um ano, segundo dados de Setembro, com os preços da alimentação a dispararem mais 13 por cento em relação ao mesmo período de 2021.
As dificuldades da Tunísia, em colapso económico há 10 anos, foram amplificadas pela crise da Covid-19 e pela guerra na Ucrânia, que está a aumentar os custos das importações de cereais e hidrocarbonetos.