Filho do ex-presidente Robert Mugabe a contas com a Justiça
Robert Mugabe Júnior, de 31 anos, passou a noite de domingo numa esquadra, tendo depois comparecido, brevemente, num tribunal em Harare, a capital, nesta segunda-feira.
Após a audiência, Mugabe não fez declarações, mas o seu advogado, Ashiel Mugiya, disse que este enfrentava acusações, mas que as duas partes estavam a negociar um acordo extrajudicial, porque os bens danificados pertenciam a um amigo.
“Não, as acusações não foram retiradas. O Estado decidiu dar às partes a oportunidade de negociar”, adiantou Mugiya.
Mugabe tem sido objecto de várias notícias pela vida faustosa e libertina que tem levado. Uma das suas últimas excentricidades, foi segurar um relógio de luxo enquanto o seu irmão vertia uma garrafa cara de champagne francês sobre ele a aprovar que o aparelho era à prova de água.
Em 2017, a sua mãe, Grace, segunda esposa do seu pai, foi acusada de atacar uma modelo sul-africana de 20 anos que encontrou com o seu filho, depois de uma noite num hotel no distrito de Sandton, em Joanesburgo.
No ano passado, Mugabe Júnior descreveu-se como “um jogador de basquetebol, arquitecto e fanático por ginástica. “Gosto de socializar com as pessoas, mas mantenho-o simples”, disse numa entrevista.
O filho do primeiro presidente do país, também fez manchete na imprensa quando apareceu a apoiar Emmerson Mnangagwa, o homem que liderou a tomada militar que levou à queda do seu pai do poder, em Novembro de 2017, hoje presidente do país.
Antes da sua morte, em 2019, Robert Mugabe descreveu Mnangagwa, o seu antigo adjunto, como sendo um dos seus “algozes”.
Refira-se que Mugabe e a sua esposa receberam um “aperto de mão dourado” no valor de muitos milhões de dólares como parte de um acordo negociado antes da demissão do autocrata, em 2017.
Para além imunidade, o acordo garantia de que não seriam tomadas medidas contra os interesses comerciais da família no estrangeiro.
De acordo com algumas investigações, Mugabe acumulou uma fortuna de cerca de 1,2 mil milhões durante o tempo em que esteve no poder, grande parte dos investimentos estão no exterior. Os seus bens incluem desde contas secretas na Suíça, nas Ilhas do Canal e nas Bahamas até castelos na Escócia.