Executivo prevê aumentar taxa de electrificação até 2027

O Executivo pretende aumentar, até 2027, a taxa de electrificação em todo país na ordem dos 50 por cento, dispondo à data actual de 43 por cento, informou, esta quinta-feira, em Luanda, o secretário de Estado da Energia, Arlindo Bota Carlos.

O responsável falava na abertura do 13º Fórum de Água, Energia e Ambiente, promovido pela Zona Económica Especial Luanda-Bengo, em parceria com a Organização de Jovens Empresários da União Europeia (JEUNE).

Arlindo Bota Carlos, referiu que dez das dezoito províncias estão interligadas à rede nacional de transporte, havendo um superávite de produção de energia, sendo prioridade do sector proceder à interligação às demais províncias, até ao ano de 2027.

Fez saber que o país atingiu, nos últimos anos, um crescimento exponencial da sua capacidade instalada de produção de energia eléctrica, tendo passado, nos últimos 8 anos, de 2400 MW, em 2015, para 6200 MW.

Os 39% de geração hídrica foram catapultados actualmente para cerca de 60%.

A geração térmica declinou de 61%, em 2015, para cerca de 36%, em 2023, representando simultâneo decréscimo do consumo anual do gasóleo nas centrais termoeléctricas de 1,36 mil milhões de litros, em 2015, para cerca de 560 milhões de litros consumidos no ano de 2023, representando um decréscimo de quase 60% em 8 anos.

Conforme o secretário de Estado, este desenvolvimento deu-se pelos investimentos no sector, com destaque na conclusão do Aproveitamento Hidroeléctrico de Laúca, que tem uma capacidade de produção de 2070 MW, estando, igualmente, em curso, a construção do Aproveitamento Hidroeléctrico de Caculo-Cabaça, que quando concluído contribuirá para que se atinja a meta de produção de 9000 MW.

Falou, por outro lado, que, como expressão da preocupação pela preservação do ambiente, o sector tem dado continuidade a acções de diversificação sustentável da sua matriz energética, tendo concluído, em 2022, as centrais fotovoltaicas do Biópio, com cerca de 188 MWdc, e da Baia Farta, com cerca de 97 MWdc.

Estas centrais, acrescentou, contribuem com aproximadamente 4% da matriz pública de produção eléctrica, permitindo uma economia anual de três milhões de toneladas de combustíveis fósseis e, consequentemente, uma redução de emissões de dióxido de carbono na ordem de nove (9) milhões de toneladas.

Referiu igualmente que esta matriz de produção de electricidade inclui a primeira fase da Central Fotovoltaica de Caraculo com cerca de 25 MWdc, num projecto que prevê atingir os 50 MWdc.

Lembrou ainda que estão a ser implementados programas estruturantes mitigadores das consequências da cíclica seca, tendo, sobretudo, na região sul do país, sido desenvolvido projectos capazes de dar solução à problemas resultantes dos efeitos da seca no sul, desertificação e falta de infra-estruturas resilientes.

Destacou a implementação, na província do Cunene, e em execução importantes infra-estruturas para disponibilização de água, mediante transferência de caudais, como o canal do Cafu, com 165 km de extensão, cuja estação de bombagem está dimensionada para 6m³/s, estando, à data actual, a ser utilizada uma capacidade de 2 m³/s.

Como acções em curso, sublinhou, a construção das barragens do Calucuve sobre o rio Cuvelai e do Ndue sobre o rio Caundo e seus canais associados, paralelamente a outros projectos em construção na margem direita do rio Cunene e na província da Huíla.

Para além das acções de combate aos efeitos da seca, disse, o Executivo tem em carteira projectos que concorrem para a melhoria da fiabilidade do fornecimento de água potável, tendo à data actual todas as capitais provinciais e significativo número de capitais municipais cobertas com a rede pública de abastecimento de água.

As acções conferem melhor qualidade de vida à população, mediante a redução significativa de doenças de fonte hídrica, como a cólera.

Em relação às águas residuais, frisou que estão a ser desenvolvidas várias acções, incluindo estudos, visando a captação de financiamentos para a construção de estações de tratamento de águas residuais, principalmente nas capitais de províncias, de municípios e de comunas com o objectivo de melhorar as condições sanitárias das populações e o combate às doenças de origem hídrica.

Enalteceu a realização do encontro, considerando que o mesmo agrega variáveis fundamentais à vida humana, “pois, a água é vida e da energia cinética desta resulta a produção de electricidade necessária às necessidades vitais da humanidade”.

De acordo com Arlindo Bota Carlos, o continente africano, com a profusão de recursos hídricos e energéticos que é sobejamente conhecida, regista uma taxa de electrificação crescente nas últimas décadas, tendo esta, na África Subsaariana, subido de 25,7% no ano de 2000 para 50,6% em 2021, segundo dados da instituição multilateral Banco Mundial.

Participam do encontro cerca de 80 especialistas, entre nacionais e estrangeiros.

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