EUA pedem estabilidade no Sri Lanka

Os EUA pediram hoje, domingo, aos futuros dirigentes do Sri Lanka que “trabalhem rapidamente” para restaurar a estabilidade económica e serenar o descontentamento popular, depois do presidente e do primeiro-ministro do país terem anunciado a demissão.

Washington pede aos novos líderes do Sri Lanka que “trabalhem rapidamente para identificar e implementar soluções que tragam estabilidade económica a longo prazo e acalmem o descontentamento popular”, segundo um porta-voz do Departamento de Estado, em Banguecoque, capital da Tailândia, onde se encontra de visita o chefe da diplomacia americana, Antony Blinken.

Washington também alertou os apoiantes do governo contra ataques a manifestantes ou jornalistas, deixando ainda críticas à violência que eclodiu no sábado, quando multidões invadiram a residência presidencial.

“O povo do Sri Lanka tem o direito de levantar pacificamente a voz, e exigimos uma investigação completa, a prisão e o julgamento de qualquer pessoa envolvida em qualquer incidente violento relacionado com os protestos”, referiu.

O presidente do Parlamento, Mahinda Yapa Abeywardene, anunciou no sábado que o presidente do país, Gotabaya Rajapaksa, o contactou informando-o que se demitirá do cargo na próxima quarta-feira.

As principais forças políticas do Sri Lanka concordaram que será o presidente do Parlamento a assumir a chefia do Estado na sequência da demissão de Rajapaksa, de acordo com a Constituição, e durante um período de um mês até à eleição de um novo presidente.

A revolução popular que eclodiu no sábado no Sri Lanka forçou à demissão do dirigente, que anunciou a renúncia ao cargo após ceder às pressões de múltiplas frentes, desde formações políticas e associações civis, pela incapacidade em confrontar a pior crise económica da história do país.

Rajapaksa acabou por ceder após meses de protestos pela falta de alimentos e combustível, e que derivaram numa crítica generalizada à sua actuação, com acusações de corrupção e nepotismo, após colocar o irmão Mahinda no cargo de primeiro-ministro, e até ser forçado a demiti-lo em Maio passado sob intensa pressão popular.

A tensão e o descontentamento aumentaram no país no final de Março, quando as autoridades impuseram cortes de energia de mais de 13 horas, o que levou a população a sair às ruas para exigir a demissão do governo.

Desde essa altura, centenas de manifestantes instalaram-se nos arredores do edifício presidencial, em Colombo, e protestos pacíficos em todo o país multiplicaram-se, enquanto as autoridades tentam chegar a um acordo de resgate com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

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