EUA elogiam esforços de Angola na trégua do conflito no leste da RDC
Os Estados Unidos da América (EUA), através de uma nota do porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, Adrienne Watson, congratulam-se com a trégua humanitária de duas semanas a que as partes se comprometeram no conflito no leste da República Democrática do Congo (RDC).
A declaração refere que a situação humanitária no Kivu do Norte “é terrível, com cerca de 3 milhões de pessoas deslocadas internamente na província. A recente intensificação dos combates no Kivu do Norte impediu que os trabalhadores humanitários chegassem a centenas de milhares de deslocados internos na zona em torno de Kanyabayonga e deslocou mais de 100.000 pessoas das suas casas.”
A trégua humanitária de duas semanas, que terá início à meia-noite local de sexta-feira, dia 5 de Julho, prolongando-se até 19 de Julho, o que obrigará as partes em conflito a silenciarem as armas, a permitirem o regresso voluntário das pessoas deslocadas e a facultarem ao pessoal humanitário um acesso sem restrições às populações vulneráveis. A trégua abrange as zonas de hostilidades que mais afectam as populações civis.
Este desenvolvimento baseia-se nas medidas de criação de confiança asseguradas durante a viagem da Directora da Inteligência Nacional (DNI) Avril Haines à RDC e ao Ruanda em Novembro do ano passado, e nos seus subsequentes compromissos com os Presidentes Felix Tshisekedi da RDC e Paul Kagame do Ruanda.
EUA realçam papel de Angola
Noutro texto o documento refere que “os Estados Unidos continuam a apoiar plenamente o processo de Luanda e os esforços do Governo de Angola para resolver os factores actuais e históricos que perpetuam esta crise de longa data.” E acrescenta: “O Governo dos EUA apela a todas as partes para que honrem o espírito da trégua antes da sua entrada em vigor.”
Refira-se que o presidente angolano, João Lourenço, foi distinguido com o título de Campeão da Paz e Reconciliação, pela União Africana (UA), na cimeira de Chefes de Estado e de Governo desta organização, realizada em Malabo, Guiné Equatorial, em Maio de 2022.
O título é o resultado dos esforços que Angola tem vindo a desenvolver, com João Lourenço a liderar a Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos (CIRGL), na busca da paz, do diálogo e da estabilidade em vários países do continente africano.
Recorde-se que A CIRGL foi criada na sequência do papel desempenhado pelos países da região na resolução dos conflitos de 1994, que culminou com o reconhecimento da sua dimensão e da necessidade de um esforço concentrado com o objectivo de promover a paz e o desenvolvimento na zona.
Fazem parte da organização Angola, Burundi, República Centro-Africana (RCA), República do Congo, República Democrática do Congo (RDC), Quénia, Uganda, Ruanda, Sudão, Sudão do Sul, Tanzânia e Zâmbia.