Economia global dá sinais positivos embora sujeita a fortes desafios
A economia global está a aproximar-se do final do ano com sinais de recuperação, à medida que a inflação em desaceleração oferece uma perspectiva de aterragem suave e inesperada. No entanto, enquanto os indicadores económicos parecem favoráveis, obstáculos políticos podem colocar em risco este cenário optimista.
Pairando sobre essas perspectivas está a incerteza da eleição presidencial nos Estados Unidos da América, que poderá gerar resultados económicos drasticamente diferentes para o resto do mundo. Este factor, combinado com a crescente dívida pública e o aumento de conflitos no Médio Oriente, bem como a guerra em curso entre a Rússia e a Ucrânia, torna o ambiente económico ainda mais volátil.
Este cenário instável será debatido esta semana em Washington, durante a reunião anual do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, onde ministros das Finanças e chefes de bancos centrais se reunirão para discutir o futuro da economia global.
“Não esperem festas de vitória,” alertou a directora-geral do FMI, Kristalina Georgieva, em declarações que precedem os encontros. “Espero que as pessoas deixem essas reuniões um pouco mais optimistas, mas também um pouco mais preocupadas e que essa preocupação as motive a trabalhar intensamente e a tomar medidas.”
Apesar dos desafios, a taxa de desemprego nas economias avançadas permanece inalterada desde 2022, quando os bancos centrais começaram a aumentar os custos de empréstimos na velocidade mais rápida das últimas décadas, de acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).
A Bloomberg Economics prevê que o Produto Interno Bruto global cresça 3% este ano, abaixo do ritmo de 3,3% de 2023, mas superando as previsões pessimistas do início do ano.