Direcção da Cultura defende estudo da profetisa Kimpa Vita nas escolas

O Ministério da Educação deve procurar incluir temas que abordem a figura da profetisa Kimpa Vita nos manuais de História do sistema de ensino angolano, como forma de homenagem à líder religiosa africana, defendeu, na segunda-feira, em Mbanza-Kongo, a directora da Cultura e Turismo.
Nzuzi Makiese Wete Kadi, que falava à margem de um encontro de concertação com os representantes das igrejas africanas locais, no âmbito do 319º aniversário da morte da profetisa, a celebrar-se hoje, 2 de Julho, recordou a vida e obra de Kimpa Vita.
Conhecida, também, por Dona Beatriz, apesar de ser angolana, nascida em Mbanza-Kongo, reconheceu que os seus feitos têm sido pouco valorizados em Angola, contrariamente ao que acontece nas Repúblicas Democrática do Congo (RDC) e Congo Brazzaville.
Segundo o jornal de Angola, a directora da Cultura e Turismo lembrou que Kimpa Vita foi uma profetisa e líder política do Reino do Kongo, nascida por volta de 1684 e executada em 1706, tendo liderado o movimento “Antonianista”, que buscava a restauração do reino e a unificação do povo, misturando elementos do Cristianismo com as crenças tradicionais africanas.
Nzuzi Makiese Wete lamentou o facto de a profetisa e líder política não ser muito destacada em palestras e conferências, razão pela qual a sociedade, sobretudo os estudantes, desconhecem o seu perfil.
O Ministério da Educação e parceiros, disse, devem investir mais nos conteúdos sobre a vida e obra de Kimpa Vita. Por isso, observou, se for implementado, nos manuais escolares, matérias sobre o seu percurso, vai permitir aos estudantes conhecerem mais sobre a profetisa.
Quando se aproxima a data da sua morte, frisou, Kimpa Vita tem sido merecedora de grandes homenagens noutros países, como RDC e Congo, pelo que considerou ser o momento de enaltecer a figura da profetisa assassinada a 2 de Julho de 1706, sob a orientação do Rei de Portugal D. Pedro IV, após ter sido acusada de heresia.
Para o efeito, um culto ecuménico, em homenagem a Kimpa Vita, está agendado para hoje, uma iniciativa das igrejas africanas, inserido na 8ª edição do Festikongo, bem como nos festejos dos 50 anos da Independência Nacional.