Delegação avançada queniana já está no Haiti

Uma delegação avançada de oficiais de comando quenianos chegou ao ontem, quarta-feira, dia 26, ao Haiti, de acordo com uma fonte policial do país. Esta semana, espera-se que a delegação avalie o equipamento e as instalações para as forças estrangeiras no terreno, uma avaliação que será decisiva para determinar um cronograma da operação, disse uma fonte com conhecimento dos preparativos à CNN.

Os membros da delegação deverão também reunir-se com funcionários dos EUA e das Nações Unidas no país, adiantaram também as fontes.

O Conselho de Segurança da ONU autorizou, no ano passado, o envio de uma força multinacional para apoiar a Polícia Nacional do Haiti na luta contra os gangues que tomaram o controlo de grande parte da capital, Port-au-Prince.

No entanto, apesar do forte apoio dos EUA e de outras potências regionais, a missão tem estado, desde há meses, envolta em incertezas e questões jurídicas. Em Março último, a missão foi uma vez mais adiada, após a demissão do antigo primeiro-ministro haitiano Ariel Henry, tendo sido posteriormente criado um conselho de transição.

Uma fonte do conselho disse na terça-feira ter-se reunido com os principais oficiais da polícia haitiana para discutir a missão multinacional. “O Haiti, através da Polícia Nacional Haitiana, terá o controlo geral de todos os aspectos da missão no terreno”, incluindo a composição da missão, os objectivos, as regras de empenhamento e as precauções sanitárias, sublinhou numa declaração na rede social X (ex-Twitter).

O Quénia está actualmente a finalizar os preparativos para a missão, disse, no domingo, o ministro dos Negócios Estrangeiros deste país, Korir Sing’Oei, citando a criação bem sucedida do conselho e de outras instituições no Haiti como condições fundamentais.

Missão dotada de 21 milhões de dólares

“Tendo isso em conta e tendo em conta a decisão dos tribunais da nossa república, que orienta essencialmente a forma como o Quénia deve ser capaz de levar a cabo estas missões, foram celebrados muitos acordos recíprocos entre o Quénia e o Haiti, o que facilita a capacidade da missão do Quénia. E nós estamos no processo. O nosso governo está a finalizar os preparativos para o envio do destacamento.”

O arranque da missão está previsto para o final deste mês. Para operacionalizá-la existe um fundo gerido pela ONU dotado actualmente 21 milhões de dólares, fornecidos pelo Canadá (8,7 milhões de dólares), França (3,2 milhões de dólares), Espanha (3 milhões de dólares) e Estados Unidos (6 milhões de dólares). O pessoal para a missão foi oferecido pelas Bahamas, Bangladesh, Barbados, Belize, Benim, Chade e Jamaica, para além do Quénia.

Na terça-feira, o Secretário de Estado norte-americano Antony Blinken defendeu a importância do financiamento dos EUA para a execução da missão numa audiência do Senado sobre Relações Externas, alertando para o facto de o Haiti estar “à beira de se tornar um Estado totalmente falhado” se não houver apoio internacional.

A Polícia Nacional do Haiti já “retomou o controlo do aeroporto e de outras infra-estruturas críticas”, acrescentou Blinken. “Na verdade, hoje, os voos comerciais foram retomados no Haiti, e prevemos que as companhias aéreas americanas comecem a voar novamente nos próximos dias.”

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