Co-organização de Angola e França do FIDA arrecada mil milhões de dólares

A sessão de arrecadação de verbas do FIDA, co-organizada por França e Angola, foi concluída, em Paris, com um montante de mil milhões de dólares e mais anúncios a serem feitos antes do conselho do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola, em Fevereiro próximo.

Segundo o comunicado final do encontro, citado pelo JA Online, há, igualmente, um compromisso pendente de mais de 1,070 bilhão de euros a serem entregues pelos Estados-membros, doadores e parceiros público-privados, até Fevereiro de 2024.

Até à data, acrescenta o mesmo documento, “já foi alcançado um montante significativo de mil milhões de dólares”, cuja 13ª sessão, também denominada FIDA13, visou mobilizar fundos necessários para esta agência das Nações Unidas continuar a financiar a segurança alimentar, através do apoio às comunidades rurais, responsáveis por assegurar a produção de um terço dos alimentos no mundo.

A cerimónia de sexta-feira contou com a participação de representantes de 48 Estados-membros e de instituições doadoras, incluindo do sector privado. A delegação angolana foi chefiada pela ministra das Pescas e Recursos Marinhos, Carmen do Sacramento Neto, e integrada pelo secretário de Estado para a Agricultura e Florestas, João Bartolomeu da Cunha, pelas embaixadoras Fátima Jardim, representante de Angola junto das agências das Nações Unidas, em Roma, e Guilhermina Prata (França), além de técnicos seniores.

Ao apresentar a declaração final do evento, o presidente do FIDA, Alvaro Lario, agradeceu os Estados-membros, em particular a França e a Angola, co-organizadoras da actividade, pelo “apoio incrível”, referindo que ao acolher a quarta sessão de arrecadação de fundos nos últimos dois dias, em Paris, Angola e França lideram o apelo para uma reposição ambiciosa dos recursos da instituição.

Sublinhou que esta dinâmica vai ajudar o fundo a duplicar o impacto e a melhorar significativamente a vida de 100 milhões de pessoas rurais. “Chegamos a um momento crítico na história. O aumento da temperatura global e os choques climáticos relacionados estão a ter efeitos sem precedentes e possivelmente efeitos irreversíveis nos sistemas agrícolas, minando a segurança alimentar e nutricional em todo o mundo”.

Alvaro Lario acrescentou que, para mitigar a situação, “o FIDA conseguiu mobilizar mais fundos através de empréstimos privados e da ligação aos mercados de capitais globais, sendo a primeira agência especializada da ONU a fazê-lo”.

Segundo o presidente do organismo, “sem um maior investimento nas comunidades rurais, não há esperança de acabar com a fome global e a pobreza até 2030”. Por isso, reforçou, o FIDA insta a mais investimentos, para transformar os sistemas alimentares, de modo que forneçam alimentos adequados, acessíveis e nutritivos para todos, sem comprometer os ecossistemas e o planeta.

O impacto do FIDA, de acordo com Alvaro Lario, é mensurável e indiscutível. Mesmo nesta era dominada pela tecnologia, a maior parte da população mundial depende do sector Alimentar para a subsistência. “Com o financiamento adequado para permitir que as comunidades rurais se adaptem aos desafios globais sem precedentes que enfrentamos hoje, podem não só continuar a alimentar-se a si mesmas e às nações, como também reforçar a segurança alimentar global, em geral”, ressaltou o responsável.

Antes da divulgação do comunicado final, representantes de vários países intervieram em apoio à arrecadação tão necessária para a continuidade dos programas, redução da fome e pobreza no mundo e futura segurança alimentar global.

O FIDA, Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola, é uma agência da ONU sediada em Roma. Foi estabelecida em 1977, em resposta à fome no Sahel, discutida na Conferência Mundial de Alimentação em 1974. Tem como missão ajudar as populações rurais pobres nos países em desenvolvimento a superar a pobreza.

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