Cine Alfa transformado em Museu do Cinema
O ministro da Cultura, Filipe Zau, afirmou, segunda-feira, dia 08, em Luanda, durante o lançamento da primeira pedra para a transformação dos Cine Alfa 1 e 2 em Museu do Cinema e das Imagens em Movimento, que o espaço servirá como centro de capacitação para os estudiosos e os entusiastas do cinema e do audiovisual, assim como vai acolher a cinemateca nacional (Arquivo de filmes).
De acordo com o Jornal de Angola, Filipe Zau assegurou que com a transformação da infra-estrutura em Museu do Cinema e das Imagens em Movimento, os fazedores da sétima arte, poderão envolver-se com mais entusiasmo nesta forma dinâmica e atraente de fazer arte.
A reconstrução do cinema, explicou, será uma forma de homenagear os visionários, como realizadores, produtores e actores, que por detrás das câmaras moldaram o panorama do cinema nacional ao longo dos anos.
O titular da pasta da Cultura referiu que “os fazedores da sétima arte permitiram-nos sonhar e levar o nome do país em eventos internacionais em que participaram e alcançaram distinções relevantes”.
Desde o primeiro filme rodado no país, intitulado “Caminho de Ferro de Benguela”, produzido em 1913, durante o período colonial, disse, o cinema angolano sempre contou com profissionais muito dedicados, na maior parte das vezes movidos pela paixão pelo cinema e pelo amor ao país a que pertencem.
A construção do “Museu de Cinema e das Imagens em Movimento”, argumentou, vai representar o maior apreço por esta forma de fazer arte, mas também demonstra a preocupação do Executivo em preservar o seu legado para as gerações vindouras.
O ministro sublinhou que o Cine Alfa 1 e 2 é um edifício emblemático e um local com grande valor histórico e cultural para a cidade de Luanda. As duas salas de cinema, que coabitam neste espaço nobre da cidade de Luanda, prosseguiu, foram as últimas salas de cinema construídas no período colonial e envergam, deste modo, uma estrutura mais recente que as demais salas que fazem parte da rede nacional de infra-estruturas culturais.
Esta estrutura, explicou, será agora reabilitada para dar lugar a um edifício moderno, mas serão mantidos os elementos distintivos matriciais como a fachada, detalhes ornamentais e características arquitectónicas originais, caracterizando assim a sua identidade como um edifício de cinema clássico.
“Para criar uma experiência contemporânea e funcional, elementos modernos serão harmoniosamente integrados ao design original. Novas estruturas, como áreas de exposição interactivas, salas de projecção de alta tecnologia e espaços multifuncionais, serão adicionados de maneira a complementar e a não colidir com a arquitectura actualmente existente”, explicou Filipe Zau.
O governante disse, ainda, que com a reabilitação do Cine Alfa estará em curso a recuperação e digitalização do acervo fílmico nacional, como parte da materialização do projecto do “Museu do Cinema e das Imagens em Movimento”.
“Cerca de dez mil rolos de filme e mil e seiscentas bobinas de som, que reportam factos, acontecimentos políticos, desportivos e culturais da Primeira República, além dos clássicos do nosso cinema, estão neste momento em trabalho de recuperação e digitalização por parte do Instituto Angolano de Cinema, Audiovisual e Multimédia”, revelou o ministro da Cultura.
O Museu, realçou, contará, também, com espaços de exposição dinâmicos e interactivos, equipamentos de projecção antigos, figurinos e cenários históricos, apresentação da evolução da tecnologia cinematográfica em Angola, bem como áreas comerciais, culturais, de restauração e administrativas.
Para o empreiteiro Pedro Plácido, a obra está só a começar e espera-se terminar no prazo estabelecido, que é de um ano. O Museu, disse, contará com quatro salas de cinema, três comerciais e uma cinemateca, e será acrescentada uma quinta sala multimédia para o visionamento, exibição de documentários, curtas-metragens, filmes clássicos e estudo da arte.
As salas maiores, continuou, vão albergar cerca de 200 pessoas, enquanto que as mais pequenas terão a capacidade de 70 pessoas. A parte mais difícil da reconstrução do espaço, explicou, vão ser as divisões de algumas salas que têm uma dimensão maior, e isso vai obrigar a um trabalho árduo. “Teremos tecnologia de ponta, a nível de projectores, como de cadeiras e telas. Será um cinema comercial como os outros a nível do país. Na parte da cinemateca teremos algo mais lúdico”, explicou o responsável pelas obras de restauração, ampliação e modernização do espaço.