Cenário de governo de coligação é cada vez mais uma realidade na África do Sul

O Congresso Nacional Africano (ANC, sigla em inglês), o partido no poder na África do Sul, está prestes a perder a sua maioria no parlamento pela primeira vez desde que chegou ao poder, em 1994, segundo os resultados parciais das eleições parlamentares de quarta-feira.
Com 60% dos votos contados, o ANC lidera com 42%, seguido pela Aliança Democrática (DA, sigla em inglês) com 23%.
O Partido uMkhonto weSizwe (Partido MK) do antigo Presidente Jacob Zuma surge na 3ª posição com 11% dos votos e o Partido dos Combatentes da Liberdade Económica (EFF, sigla em inglês) cerca de 10%.
Esta sexta-feira de manhã, dia 31, o sistema em linha que transmite os resultados foi abaixo, deixando os ecrãs em branco. A Comissão Eleitoral Independente da África do Sul pediu desculpa, tendo, mais tarde, restabelecido o serviço.
Reagindo aos resultados parciais, o ANC afirmou que não eram comprometedores. O respeitado Conselho de Investigação Científica e Industrial (CSIR) e o Web News24 projectaram uma votação final para o partido no poder de cerca de 42%, uma grande queda em relação aos 57% que obteve nas últimas eleições, em 1919. A confirmarem-se estes resultados, o ANC será obrigado a coligar-se com um ou mais partidos para formar uma maioria no parlamento e escolher um Presidente da República.
A escolha do parceiro de coligação fará toda a diferença no futuro da África do Sul, uma vez que a DA tem políticas económicas liberais, enquanto o EFF e o MK defendem uma maior intervenção do Estado e a nacionalização de largos sectores da economia.