CEDEAO volta a não descartar intervenção militar no Níger

A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) voltou ontem, domingo, dia 13 de Agosto, a reafirmar ser favorável a uma resolução da crise política no Níger por via diplomática, no entanto, não descartou uma intervenção militar para repor a ordem constitucional no país.

O deputado cabo-verdiano e também vice-presidente da CEDEAO, Orlando Dias, defendeu, em declarações à RDP África, que a organização deve ter uma posição firme no sentido de evitar a normalização dos golpes de Estado na região. “Condenamos energicamente o golpe de Estado. A CEDEAO tem optado pela via do diálogo, mas sem eficácia. Ocorreram golpes de Estado na Guiné-Conacri, no Mali, no Burquina Faso. Tentou-se o diálogo, mas as pessoas que perpetraram o golpe de Estado estão no poder. Se continuarmos assim é vidente que poderá haver mais golpes e nós passaremos a ter na nossa região regimes militares porque como não são tomadas medidas de uma forma enérgica, por isso os militares continuam a dar golpes.”

O Parlamento da CEDEAO reúne-se hoje e amanhã para analisar a situação política no Níger numa altura que acaba de criar uma comissão para analisar as causas que poderão estar na base dos sucessivos golpes de estado ocorridos na sub-região.

Entretanto, os responsáveis pelo golpe militar no Níger anunciaram a intensão de processar o presidente deposto por traição e por minar a segurança do país. A declaração foi feita através de um comunicado lido na televisão estatal do Níger por um dos coronéis responsável pelo golpe de Estado. De acordo com este militar foram reunidas provas para processar o deposto presidente Mohamed Bazoum e os cúmplices locais e estrangeiros. A junta militar, que está à frente do Níger desde 26 de Julho, denunciou também aquilo que diz serem sanções ilegais e desumanas decretadas pela CEDEAO.

Recorde-se que esta organização já activou a força de reserva do bloco para uma eventual intervenção militar no Níger embora tenha assegurado que continuará a apostar no diálogo.

Notícias relacionadas
Comentários
Loading...